São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2006

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FUTEBOL

Ganhou o melhor

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

O São Paulo fazia gato e sapato do Santos quando Josué abriu o marcador e o bandeirinha marcou impedimento num lance em que o são-paulino estava mais de meio metro em posição legal. Um absurdo.
O São Paulo continuava a fazer gato e sapato do Santos quando Maldonado salvou em cima da linha fatal. Um sufoco.
E ainda fazia o que queria do adversário quando teve contra si o pênalti que pôs o Santos na frente. Uma polêmica.
Mesmo assim, seguiu mandando na partida até que teve o pênalti a seu favor. Outra.
E nada mudou muito no segundo tempo, entre outras coisas porque Luís Alberto foi injustamente expulso de campo.
Aí a arbitragem compensou o gol mal anulado do tricolor e validou o deste ótimo Thiago, que parece ter 35 anos de experiência. Júnior, outro gigante que há de ter convencido Parreira da obrigatoriedade de sua convocação, estava quase um metro impedido.
Pena que a arbitragem tenha sido tão confusa, como que para empalidecer a superioridade do São Paulo, não apenas o melhor time paulista, mas o melhor do país, com folga.
Porque até que os dois pênaltis são polêmicos mesmo.
Dava para marcá-los, embora Maldonado não merecesse; como para não marcá-los, casos claros de interpretação, diferentemente dos impedimentos.
E Rodrigo Cintra estava sendo tão sensato que não deu os segundos cartões amarelos nem para Ed Carlos, no primeiro pênalti, nem para Maldonado, no segundo. No que fez bem.
Mas deu para Luís Alberto, sem motivo, nenhum motivo.
Imputar ao trio de arbitragem, no entanto, a indiscutível vitória tricolor é injusto e passional.
O São Paulo só não será bicampeão paulista porque, provavelmente, o Santos atropelará a Portuguesa domingo que vem, na Vila Belmiro, para dar a volta olímpica que fez por merecer durante toda a sua ótima campanha.
Mas a superioridade dos atuais tricampeões mundiais sobre o Santos é muito maior do que o placar do jogo demonstrou, muito porque, também, o alvinegro ganhou personalidade e altivez mais cedo do que se esperava.
Ironias: Rogério Ceni falhou no lance que originou o pênalti, mas não só bateu o pênalti do empate com perfeição como, ainda por cima, fez milagre no único ataque perigoso do Santos no segundo tempo, quando defendeu uma certeira cabeçada de Luís Alberto.
Mais ironias: Maldonado ia salvando o Santos e acabou sendo o pivô do pênalti do empate.
E Alex Dias entrou em campo para fazer um belo gol, muito mais difícil do que os perdidos contra o Noroeste, naquele dramático empate que deve valer só o vice-campeonato.
Três clássicos vencidos pelo São Paulo de maneira cristalina, contra o rico Corinthians, o instável Palmeiras e o quase campeão e surpreendente Santos.
Duvidar de quem tem o melhor time é igual a negar o óbvio.
Mesmo sem o título.

Apostas perdidas
A coluna apostou no Ipatinga e o time do Vale do Aço perdeu a invencibilidade e o título do Campeonato Mineiro para o Cruzeiro, no Ipatingão. Faz parte. Mas apostou na Adap e o Paraná Clube goleou, como visitante, na primeira final. Aí, não tem desculpa. Desculpe.

Fenômeno
Jorge Kajuru estreou no SBT seu novo programa dominical, "Jogo Duro", num horário ingrato, 12h30, para um público que não é exatamente o do futebol. Mas tem tal poder de comunicação e é tão querido que deu nada menos que 12 pontos na primeira prévia do Ibope, segundo lugar no horário, apenas dois pontos atrás da Globo, a única TV aberta até agora capaz de dar dois dígitos com um programa esportivo.


@ - blogdojuca@uol.com.br


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