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Família Pelota se une a fanáticos que matam aula e trabalho para ir à Vila
DO ENVIADO A SANTOS
A Carvão Pelota não fez nenhuma entrega ontem. Isso
porque Vágner Luís, o dono da
empresa, e toda sua família
estavam na Vila Belmiro vendo Santos x Portuguesa.
"Nós trabalhamos no domingo e na segunda, dia que
normalmente a gente não trabalha, para poder fechar hoje
[ontem]", contou o empresário, que se orgulha de dizer
que já fez doações para o time.
"Às vezes, eles pedem para
ajudar a reformar o estádio,
pagar o bicho dos jogadores.
Quando dá, a gente ajuda."
"A família inteira torce. Estamos em todos os jogos", disse Gisleine, mulher de Vágner, chamada de Dona Pelota.
Foi ela quem chegou dirigindo a kombi verde e vermelha da família, que conta ainda
com Vágner Filho, o Pelotinha, e Michele, a Pelota.
Cerca de 200 pessoas se
reuniram perto do Canindé
para, de ônibus, viajar a Santos. Muitos deram um "jeitinho" para apoiar o time.
"Não tira foto de mim porque matei aula para vir", dizia
uma torcedora adolescente,
vestida com a camisa da Portuguesa e a calça do colégio.
"Eu faltei no trabalho, disse
que tinha um compromisso
importante", contava outra.
A principal conversa entre
os torcedores, no entanto, era
sobre a boa fase do time. "Se
não tiver nenhum Castrilli,
seremos campeões", dizia um.
Em 1998, a Lusa foi eliminada na semifinal do Paulista em
um jogo marcado pela má
atuação do árbitro argentino
Javier Castrilli. "Esse cara até
já morreu", rebateu alguém
no meio da roda. "Morreu nada, isso é lenda do pessoal aqui
dentro [da torcida]", retrucou
o primeiro.
(RV)
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