São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001

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Atrás de jogadores, clube paulista planeja abrir novas filiais até 2002

Palmeiras vai a MG e SC

Preocupada com o fim da lei do passe, diretoria palmeirense quer estender programa que já conta com times de São Paulo e da Bahia

FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ter lançado uma filial em São Paulo e outra na Bahia, o Palmeiras vai estender seus tentáculos até Minas Gerais e Santa Catarina, a partir do ano que vem.
A informação foi dada à Folha pelo presidente Mustafá Contursi, que vê na nacionalização do clube uma forma alternativa de revelar novos talentos, tarefa que historicamente o Palmeiras nunca soube fazer com sucesso.
"Já estamos tocando projetos com clubes mineiros e catarinenses. A idéia é finalizar essas parcerias até 2002. As boas performances do Palmeiras B e do Independente [Bahia" mostram que esse pode ser um belo caminho para revelar jogadores e reforçar o clube", afirmou o dirigente.
O meia-lateral Tupã, 27, é o primeiro fruto da parceria com o time baiano. O jogador foi aprovado pelo ex-técnico Marco Aurélio e virou titular. Nos últimos jogos, barrou Tuta, um dos destaques do time no ano passado.
Junto com ele, outros três jogadores deixaram Feira de Santana (a 116 km de Salvador) e fizeram testes no Parque Antarctica. Só Tupã e o lateral Róbson ficaram no time paulista.
"O Tupã é só uma amostra do que podemos fazer pelo Palmeiras. Estamos fazendo peneiras aqui na Bahia, montamos um time competitivo e, em junho, vou mandar mais uns quatro jogadores de bom nível para São Paulo", disse o presidente do Independente, Dílson Carneiro Pereira.
O clube baiano, que conquistou o título da terceira divisão Estadual e é vice-líder da "segundona", deve mudar seu nome para Palmeiras também em 2002.
"Nossa intenção é essa, o Conselho Deliberativo discutirá isso até o fim do ano. Em nove meses de parceria, conquistamos um título, nos profissionalizamos e agora estamos perto da primeira divisão. Sem a verba de São Paulo, nada disso seria possível. O objetivo é fazer do Palmeiras do Nordeste um time tão forte quanto Bahia e Vitória", disse Pereira.
Pela parceria com o clube baiano, o Palmeiras paga anualmente R$ 180 mil. Em troca, fica com os direitos sobre todos os atletas revelados por sua filial.
Contursi disse que vai propor ao Independente que o time estampe em sua camisa o nome Palmeiras. "É uma forma de valorizar nossa marca nacionalmente. Já que pagamos quase todas as despesas do Independente, nada mais justo que tenhamos espaço como patrocinador."
Em São Paulo, o Palmeiras B é outro que pode subir este ano. Líder da B-1, com 27 pontos, ao lado do Osasco, o time dirigido por Cândido precisa ficar entre os dois primeiros do torneio para garantir o acesso à Série A-3, a terceira divisão do futebol paulista.
"Os resultados obtidos até agora pelas nossas equipes nos incentivam a aumentar esse projeto. A idéia é fazer desses times pólos de atração de jogadores. Em Minas, o atleta ou vai para o Cruzeiro ou para o Atlético. Não há uma equipe que consiga atrair gente do norte do Estado, revelações que venham de Goiás, Espírito Santo, do sul da Bahia", disse Contursi.
Para o dirigente, a iniciativa de espalhar tentáculos palmeirenses pelo Brasil pode criar um novo modelo para diminuir os efeitos que o fim da lei do passe trará aos grandes clubes. "O atual momento do futebol me obriga a achar alternativas para reforçar o Palmeiras. Não posso ficar acomodado, tenho que fazer. Se depois não der certo, não for necessário, pelo menos tivemos a experiência de ter tentado", finalizou o dirigente.


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