São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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VÔLEI

Levantadora, que parou de jogar para ser mãe, deve ser o principal reforço do BCN/Osasco na próxima temporada

Fernanda Venturini volta às quadras um anos após despedida

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco mais de um ano depois de anunciar sua despedida das quadras, Fernanda Porto Venturini está de volta ao vôlei.
Segundo a Folha apurou, a levantadora de 31 anos se reuniu anteontem com o BCN/Osasco para acertar contrato para a próxima temporada.
A jogadora será comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona-92 com a seleção masculina, e deve dividir com a ponta Virna a posição de principal estrela do time vice-campeão da Superliga deste ano.
Fernanda, considerada a melhor levantadora do país, anunciou sua retirada das quadras em abril do ano passado. Ela já havia deixado a seleção em 1998.
A despedida teve tom melancólico. Sua última partida defendendo as cores do Vasco foi a derrota por 3 sets a 2 para o arqui-rival Flamengo, que deu à equipe o título da Superliga 2000/2001.
Os problemas fora da quadra também marcaram a despedida de Fernanda. Vasco e Flamengo, que montaram super-elencos, deixaram de pagar salários às jogadoras e desmantelaram os times ao final da Superliga.
Em entrevista ao site da CBV (Confederação Brasileira de vôlei), a levantadora afirmou ter ficado chateada com o desfecho da participação dos times cariocas no Nacional de vôlei.
Mas, apesar da derrota para o Flamengo na quadra e do problema com os salários no Vasco, a despedida de Fernanda também teve um tom especial.
Em 16 de abril, véspera da decisão da Superliga, a jogadora, que queria parar para ser mãe, teve a confirmação de sua gravidez.
Casada com o atual técnico da seleção masculina, Bernardinho, a atleta deu a luz à primeira filha do casal, Júlia, em dezembro.
"Estou feliz da vida e não vou sentir nenhuma saudade [do vôlei"", disse a jogadora quando anunciou a aposentadoria.
Fernanda chegou a afirmar que tentaria convencer a atacante Virna -que deve acertar permanência no BCN/Osasco na próxima semana- a atuar com ela no vôlei de praia.
"Se tiver motivação, posso voltar a jogar", disse na época.
Conhecida por sua personalidade forte, Fernanda, que já chegou a dizer que não gosta de perder nem par ou ímpar, volta ao vôlei em uma das equipes mais importantes e competitivas do país.
No ano passado, o BCN/Osasco já havia feito um investimento alto em sua equipe. O clube contratou reforços como Zé Roberto (que estava havia dois anos afastado do vôlei) e Virna e venceu quatro dos sete torneios que disputou -chegou à final em seis.
A última decisão disputada pelo time, no entanto, caiu como um balde de água fria. O BCN perdeu a Superliga para o MRV-Minas, da levantadora Fofão, substituta de Fernanda Venturini na vaga de titular da seleção brasileira.
Fernanda é uma das jogadoras mais consagradas do esporte brasileiro. Em seu currículo, entre as principais conquistas, só falta a do Mundial adulto, inédito também para a seleção, que hoje é dirigida por Marco Aurélio Motta.
A levantadora foi nove vezes campeã brasileira, bicampeã do Mundial juvenil -em 1987, quando ainda era atacante, e em 1989- e ganhou duas vezes o Grand Prix, em 1994 e 1996.
Em Olimpíadas, esteve na conquista do primeiro bronze da seleção brasileira, em Atlanta-1996.
Seu último título havia sido o bicampeonato da Superliga pelo Rexona, em 1999/2000 -já havia vencido com o clube em 1997/ 1998-, quando era comandada por Bernardinho.



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