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VÔLEI
Levantadora, que parou de jogar para ser mãe, deve ser o principal reforço do BCN/Osasco na próxima temporada
Fernanda Venturini volta às quadras um anos após despedida
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco mais de um ano depois
de anunciar sua despedida das
quadras, Fernanda Porto Venturini está de volta ao vôlei.
Segundo a Folha apurou, a levantadora de 31 anos se reuniu
anteontem com o BCN/Osasco
para acertar contrato para a próxima temporada.
A jogadora será comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico nos Jogos
de Barcelona-92 com a seleção
masculina, e deve dividir com a
ponta Virna a posição de principal estrela do time vice-campeão
da Superliga deste ano.
Fernanda, considerada a melhor levantadora do país, anunciou sua retirada das quadras em
abril do ano passado. Ela já havia
deixado a seleção em 1998.
A despedida teve tom melancólico. Sua última partida defendendo as cores do Vasco foi a derrota
por 3 sets a 2 para o arqui-rival
Flamengo, que deu à equipe o título da Superliga 2000/2001.
Os problemas fora da quadra
também marcaram a despedida
de Fernanda. Vasco e Flamengo,
que montaram super-elencos,
deixaram de pagar salários às jogadoras e desmantelaram os times ao final da Superliga.
Em entrevista ao site da CBV
(Confederação Brasileira de vôlei), a levantadora afirmou ter ficado chateada com o desfecho da
participação dos times cariocas
no Nacional de vôlei.
Mas, apesar da derrota para o
Flamengo na quadra e do problema com os salários no Vasco, a
despedida de Fernanda também
teve um tom especial.
Em 16 de abril, véspera da decisão da Superliga, a jogadora, que
queria parar para ser mãe, teve a
confirmação de sua gravidez.
Casada com o atual técnico da
seleção masculina, Bernardinho,
a atleta deu a luz à primeira filha
do casal, Júlia, em dezembro.
"Estou feliz da vida e não vou
sentir nenhuma saudade [do vôlei"", disse a jogadora quando
anunciou a aposentadoria.
Fernanda chegou a afirmar que
tentaria convencer a atacante Virna -que deve acertar permanência no BCN/Osasco na próxima
semana- a
atuar com ela no vôlei de praia.
"Se tiver motivação, posso voltar a jogar", disse na época.
Conhecida por sua personalidade forte, Fernanda, que já chegou
a dizer que não gosta de perder
nem par ou ímpar, volta ao vôlei
em uma das equipes mais importantes e competitivas do país.
No ano passado, o BCN/Osasco
já havia feito um investimento alto em sua equipe. O clube contratou reforços como Zé Roberto
(que estava havia dois anos afastado do vôlei) e Virna e venceu
quatro dos sete torneios que disputou -chegou à final em seis.
A última decisão disputada pelo
time, no entanto, caiu como um
balde de água fria. O BCN perdeu
a Superliga para o MRV-Minas,
da levantadora Fofão, substituta
de Fernanda Venturini na vaga de
titular da seleção brasileira.
Fernanda é uma das jogadoras
mais consagradas do esporte brasileiro. Em seu currículo, entre as
principais conquistas, só falta a
do Mundial adulto, inédito também para a seleção, que hoje é dirigida por Marco Aurélio Motta.
A levantadora foi nove vezes
campeã brasileira, bicampeã do
Mundial juvenil -em 1987,
quando ainda era atacante, e em
1989- e ganhou duas vezes o
Grand Prix, em 1994 e 1996.
Em Olimpíadas, esteve na conquista do primeiro bronze da seleção brasileira, em Atlanta-1996.
Seu último título havia sido o
bicampeonato da Superliga pelo
Rexona, em 1999/2000 -já havia
vencido com o clube em 1997/
1998-, quando era comandada
por Bernardinho.
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