São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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VÔLEI

A hora da seleção

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Fim da Superliga, chegou a hora e a vez da seleção brasileira rumo à Olimpíada de Atenas. Quem viu os jogos do Finasa/Osasco, bicampeão nacional, já sabe como o técnico José Roberto Guimarães vai querer que a seleção jogue: muita defesa, velocidade no ataque e poucos erros.
Não tem muito mistério. Das seis titulares do Osasco, quatro devem manter o posto na seleção: Fernanda Venturini, Érika, Valeskinha e Mari. A ponteira Virna, a central Walewska e a líbero Arlene vão completar o time. Ou seja, com essa formação, Mari jogaria como oposta.
Poucas vezes, na história do vôlei brasileiro, foi registrada uma trajetória tão meteórica como a de Mari. Ela foi a atleta mais premiada da Superliga: melhor atacante, revelação e maior pontuadora. Resultado: pela primeira vez será convocada para a seleção adulta e já deve aterrissar no time titular.
Mari, 19 anos e 1,89 m, tem perfil de jogadora russa: alta, forte e até mesmo fria emocionalmente em quadra. Além disso, é versátil: atua como central, ponta ou oposta. E tem uma pancada no ataque. Não por acaso, Fernanda Venturini já a compara com uma grande atacante russa: Chachkova Sokolova.
O que mais falta ao Brasil são ponteiras altas, aquelas que conseguem salvar o time quando a recepção falha e a alternativa são as bolas de segurança. Mari preenche esses requisitos. Elisângela e Raquel têm características físicas semelhantes, mas não conseguem se firmar pela falta de regularidade.
A seleção, você sabe, tem atletas baixas para o padrão internacional e se garante com o passe na mão e ataques velozes. Sem uma boa recepção, a situação fica complicada. O time tem dificuldade de jogar com as bolas altas. Mari pode ser uma grande alternativa.
Pelo mundo, oito seleções femininas vão iniciar no próximo sábado, no Japão, a luta pelas quatro últimas vagas para os Jogos de Atenas. Quem diria: a Itália, atual campeã mundial, e a Rússia, vice-campeã olímpica, ainda não se classificaram e estão nessa batalha.
Os adversários são bem mais frágeis: Japão, Coréia do Sul, Tailândia, Taiwan, Nigéria e Porto Rico. Das quatro vagas em jogo, uma será para a seleção asiática mais bem colocada, já que não houve seletiva olímpica naquele continente. Quem deve se classificar? Fácil: Rússia, Itália, Japão e Coréia.
A Rússia, que passou os últimos meses dando tropeços feios e acabou na repescagem olímpica, foi campeã, há uma semana, da Copa Yeltsin e jogando bem. Venceu na final Cuba por 3 a 0. Parece que as jogadoras e o técnico Nikolai Karpol estão, pelo menos temporariamente, voltando a falar a mesma língua.
Já a Itália, que não ganhou nada depois do título no Mundial da Alemanha de 2002, tem novidade: a volta da levantadora Maurizia Cacciatori. Ela estava havia quatro anos longe da seleção. Vale acompanhar a campanha das italianas e principalmente das russas, que serão grandes adversárias do Brasil em Atenas.

Italiano
O Bolzano, de Marcelo Negrão, está classificado para a fase final da Série A-2 do Italiano. Negrão fez 14 pontos e foi o destaque na segunda vitória seguida sobre o Loreto, na série de três jogos das semifinais. O time vai decidir com o vencedor de Valentia x Cagliari uma vaga de acesso à série principal do Italiano. A outra vaga já tem dono. É do Verona, equipe que venceu os 30 jogos que disputou.

Amistosos
A seleção masculina do Japão, que não conseguiu se classificar para as duas últimas Olimpíadas, está treinando duro para jogar o Pré-Olímpico, em casa, a partir do dia 22. Como parte da preparação, os japoneses fizeram uma série de quatro amistosos com os Estados Unidos, mas só conseguiram vencer uma partida.


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