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São Caetano rompe fronteiras regionais na campanha pelo bi
Elenco reúne 15 Estados diferentes, mas, como em 2004, dispensa "gringos"
RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles falam a mesma língua,
não o mesmo sotaque. O São
Caetano uniu 15 Estados do
país em busca de um sonho em
comum: vencer o Santos no
próximo domingo e ficar com a
taça do Campeonato Paulista.
Caso isso ocorra, o clube do
ABC repete feito obtido por ele
próprio há três anos: ser campeão sem ""apelar" para atleta
estrangeiro em seu elenco.
Em 2005, o São Paulo venceu
o torneio com o zagueiro uruguaio Lugano. No ano passado,
o Santos tinha o paraguaio
Manzur na defesa e o chileno
Maldonado no meio-campo.
No elenco sul-caetanense, os
paulistas dominam a área -oito, no total. Porém, desde o
amazonense meia Marcelo até
o atacante gaúcho Marcelinho,
o que não falta no time é tiração
de sarro com as peculiaridades
de cada região do país.
"O jeito mais engraçado de
falar é do pessoal lá de cima, do
Canindé, Marabá", diz o goleiro
Luiz, nascido em Campo Grande (MS), sobre os nordestinos.
A explicação para tanta diversidade de origens explica-se
por dois motivos principais: a
falta de uma base forte no São
Caetano que revele mais "locais" e a mão do treinador Dorival Júnior, que, na montagem
do elenco de 2007, pinçou atletas dos Estados por onde passou nos últimos anos. O técnico, que é paulista, dirigiu os catarinenses Avaí, Figueirense e
Criciúma, além de Fortaleza-CE, Sport-PE e Juventude-RS.
A presença de atletas oriundos do Sul, aliás, é marcante no
elenco atual. São sete, no total,
entre eles o meia Douglas, presenteado pelo comandante
com a camisa 10 do time, e o
meio-campista Ademir Sopa.
Do Nordeste, onde Dorival
Jr. dirigiu o Sport na Série B de
2006, vieram o atacante Luiz
Henrique, ex-São Raimundo-MA, e o volante Luis Maranhão, do América-RN.
Para o zagueiro Thiago, que
nasceu no Espírito Santo, é justamente nesse caldeirão cultural que reside parte do sucesso
do time no Paulista.
"Nosso time, mesmo se conhecendo durante o campeonato, criou harmonia quando
as peças foram encaixadas. O
[Dorival] Júnior soube trabalhar bem com o que ele tinha
em mãos", afirmou.
Um trabalho feito em parte,
também, pela necessidade do
treinador em achar material
humano longe do clube, carente de investimentos na base.
São raros os jogadores formados dentro do Anacleto
Campanella. O meia Leandro
Lima, o volante Jonas e o atacante Patrick são alguns deles.
Para o presidente do clube,
Nairo Ferreira de Souza, mesclar um elenco tão distante
geograficamente soluciona o
problema financeiro e estrutural do São Caetano.
"São jogadores observados
por ele [Dorival Jr.] e pelo nosso departamento de futebol.
Tem que trazer o bom e barato.
A filosofia do São Caetano é essa: procurar novos talentos",
explicou o dirigente.
Nairo espera ter, em breve,
um centro de treinamentos
tanto para as categorias de base
quanto para os profissionais.
Mas esbarra na falta de áreas
disponíveis na cidade.
"Temos uma área na entrada
da cidade onde seria possível
fazer dois campos. O certo seriam quatro, cinco. Mas em São
Caetano não se encontra área
para fazer isso, é inviável."
Uma das alternativas -comentada, inclusive, por Dorival
Jr.- seria instalar o CT em alguma cidade vizinha, como
Mauá ou São Bernardo.
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