São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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São Caetano rompe fronteiras regionais na campanha pelo bi

Elenco reúne 15 Estados diferentes, mas, como em 2004, dispensa "gringos"

RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles falam a mesma língua, não o mesmo sotaque. O São Caetano uniu 15 Estados do país em busca de um sonho em comum: vencer o Santos no próximo domingo e ficar com a taça do Campeonato Paulista.
Caso isso ocorra, o clube do ABC repete feito obtido por ele próprio há três anos: ser campeão sem ""apelar" para atleta estrangeiro em seu elenco.
Em 2005, o São Paulo venceu o torneio com o zagueiro uruguaio Lugano. No ano passado, o Santos tinha o paraguaio Manzur na defesa e o chileno Maldonado no meio-campo.
No elenco sul-caetanense, os paulistas dominam a área -oito, no total. Porém, desde o amazonense meia Marcelo até o atacante gaúcho Marcelinho, o que não falta no time é tiração de sarro com as peculiaridades de cada região do país.
"O jeito mais engraçado de falar é do pessoal lá de cima, do Canindé, Marabá", diz o goleiro Luiz, nascido em Campo Grande (MS), sobre os nordestinos.
A explicação para tanta diversidade de origens explica-se por dois motivos principais: a falta de uma base forte no São Caetano que revele mais "locais" e a mão do treinador Dorival Júnior, que, na montagem do elenco de 2007, pinçou atletas dos Estados por onde passou nos últimos anos. O técnico, que é paulista, dirigiu os catarinenses Avaí, Figueirense e Criciúma, além de Fortaleza-CE, Sport-PE e Juventude-RS.
A presença de atletas oriundos do Sul, aliás, é marcante no elenco atual. São sete, no total, entre eles o meia Douglas, presenteado pelo comandante com a camisa 10 do time, e o meio-campista Ademir Sopa.
Do Nordeste, onde Dorival Jr. dirigiu o Sport na Série B de 2006, vieram o atacante Luiz Henrique, ex-São Raimundo-MA, e o volante Luis Maranhão, do América-RN.
Para o zagueiro Thiago, que nasceu no Espírito Santo, é justamente nesse caldeirão cultural que reside parte do sucesso do time no Paulista.
"Nosso time, mesmo se conhecendo durante o campeonato, criou harmonia quando as peças foram encaixadas. O [Dorival] Júnior soube trabalhar bem com o que ele tinha em mãos", afirmou.
Um trabalho feito em parte, também, pela necessidade do treinador em achar material humano longe do clube, carente de investimentos na base.
São raros os jogadores formados dentro do Anacleto Campanella. O meia Leandro Lima, o volante Jonas e o atacante Patrick são alguns deles.
Para o presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, mesclar um elenco tão distante geograficamente soluciona o problema financeiro e estrutural do São Caetano.
"São jogadores observados por ele [Dorival Jr.] e pelo nosso departamento de futebol. Tem que trazer o bom e barato. A filosofia do São Caetano é essa: procurar novos talentos", explicou o dirigente.
Nairo espera ter, em breve, um centro de treinamentos tanto para as categorias de base quanto para os profissionais. Mas esbarra na falta de áreas disponíveis na cidade.
"Temos uma área na entrada da cidade onde seria possível fazer dois campos. O certo seriam quatro, cinco. Mas em São Caetano não se encontra área para fazer isso, é inviável."
Uma das alternativas -comentada, inclusive, por Dorival Jr.- seria instalar o CT em alguma cidade vizinha, como Mauá ou São Bernardo.


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