O Santos mostrou defeitos que precisa corrigir e só se firmará mesmo se conquistar o título da dura Copa do Brasil

AO VENCER seu 18º título estadual e se igualar ao Corinthians e ao Palmeiras no profissionalismo, que começa em 1933, o Santos ficou apenas dois títulos atrás do São Paulo. É pouco.
Pouco porque desse time se exige mais que o título estadual, mesmo que a épica decisão de ontem tenha tido mesmo cara de Paulistão e não de Paulistinha. Mas a justiça do título santista está muito mais na campanha toda do que nos jogos finais, que tiveram um Santo André melhor, talvez até porque seu técnico, Sérgio Soares, tenha sido mais coerente e corajoso do que Dorival Júnior.
O técnico santista passou dos limites em lambanças na decisão, a ponto de ter sido pública, e corretamente, contrariado por Paulo Henrique Ganso, maestro de verdade, maduro como Dunga há de ter visto, percebido, anotado e convocado.
O mais complicado para o Santos, no entanto, começa agora, na quarta, diante da necessidade de passar pelo Galo, chegar às semifinais da Copa do Brasil provavelmente contra o duríssimo Grêmio e depois vencê-la até, quem sabe, enfrentando o Palmeiras, único time a superá-lo na Vila Belmiro nesta temporada.
É o que esperamos nós, felizes adeptos do futebol bem jogado.
Porque embora o Santos tenha feito dois gols belíssimos com Neymar ontem, a verdade é que o título esteve por um fio, graças também a uma arbitragem que impediu um gol legal do Ramalhão e não deu um pênalti claro em Arouca.

Faca no peito
Avolumam-se os alertas, proliferam as especulações. Ora o ministro do Esporte revela que poderemos ver reduzidas para oito as 12 sedes previstas para a Copa do Mundo em 2014, ora o presidente da CBF fala em graves riscos por causa dos atrasos em curso.
Aí, alguém fala em plano B para a Copa, nos Estados Unidos ou em país da Europa, rima e solução.
Então, o ministro diz que não disse o que disse e o cartola nega a possibilidade de o Brasil ser caroneado como, em 1986, a Colômbia foi. Mas o recado à viúva está dado.
Ou a velha senhora entra com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho ou o Brasil passará por vexame sem tamanho.
O melhor é saber que uma pesquisa feita em São Paulo pelo tucanato revela que o paulista não faz a menor questão de receber a Copa, embora o presidente da CBF diga em suas conversas mais íntimas que tem acertado com o prefeito Gilberto Kassab a construção de uma nova arena na capital, algo que o prefeito sempre nega.
O curioso é que teremos uma Autoridade Pública Olímpica (APO) para tratar dos Jogos no Rio, em 2016. Mas não se fala no APCO (Autoridade Pública para a Copa).
E o COL (Comitê Organizador Local) segue esbanjando sua incompetência, Ricardo Teixeira à testa, Joana Havelange a tiracolo e até já com defecções. Porque o especialista em crises que lá havia parece ter percebido que a que está em curso será inadministrável.

Foi maus
Pelo "mal resultado" da coluna da quinta ficam meu pedido de desculpas e minha eterna vergonha.

blogdojuca@uol.com.br


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