São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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BASQUETE

Posição é trunfo de 4 times que lutam pelo título de torneio masculino, que inicia hoje disputa por 2 vagas na final

Seleção arma semifinalistas do Nacional

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o goleiro é a função amaldiçoada no futebol, o armador é seu equivalente no basquete. A partir de hoje, quando começam as semifinais do Nacional masculino, com Ribeirão Preto x Uberlândia, sete deles serão postos à prova.
Quem mostrou mais qualidade na posição chegou até essa fase. Todos os responsáveis pela articulação das jogadas dos semifnalistas têm experiência na seleção.
É o caso de Ratto e Demétrius (Rio), Arnaldinho (Brasília), Nezinho e Fúlvio (Ribeirão Preto) e Valtinho e Helinho (Uberlândia).
"É uma posição estratégica. Se não tiver um atleta para coordenar as ações, a bola não vai chegar no momento certo. Nesse caso, o que adiantaria ter bons laterais e pivôs?", questiona Lula, técnico da seleção e do Ribeirão Preto.
Boas atuações também podem garantir um lugar na próxima convocação, já que o time nacional começa a treinar logo após o fim do Nacional. Podem também significar a ascensão à principal liga de basquete do planeta.
"Vou disputar a liga de verão da NBA pelo Cleveland. Mas as datas podem coincidir com a seleção", conta Nezinho, que usa discurso semelhante aos dos goleiros para explicar uma derrota. "Se o time perde, a culpa é do armador."
Nos mata-matas, Nezinho, 24, enfrenta Valtinho, 28, companheiro de posição com o qual mais se identifica na seleção.
"Conversamos muito. Temos comportamento semelhante. Somos reservados, não vamos para a balada", conta o armador, que mesmo já tendo conquistado cinco títulos com o Ribeirão jamais tomou chope nas comemorações.
"Fico no suco ou no guaraná."
Expansivo, Arnaldinho tem comportamento oposto ao de Nezinho. Também é o armador que costuma pontuar mais.
"É uma característica minha. Os adversários sempre vão ficar preocupados em marcar os cinco jogadores. Se tiver oportunidade, arremesso", afirma o armador.
Mesmo assim, ele crê ter pouca chance de voltar à seleção. "Acho difícil ser chamado. Já fiquei fora em 2004. Vontade vou ter sempre, mas não depende de mim."
Quem encerrou o ciclo na seleção espera apenas acumular mais títulos no currículo e aponta os substitutos. "Joguei na seleção de 1993 a 2000. Acho que o Valtinho e o Leandrinho [do Phoenix] estão despontando como os titulares da posição", opina Ratto, 34.
Com Demétrius, 31, ele forma a dupla de armadores mais experiente das finais. Com características diferentes, cada um pode mudar o estilo de jogo do Rio de Janeiro de acordo com o andamento da partida. "Por ser mais baixo [1,81 m], uso mais a velocidade. Quando o técnico quer cadenciar mais o jogo, escala o Demétrius."
O técnico Miguel Angelo da Luz, porém, tem optado por escalar os dois. "Gosto de jogar com dois armadores. Eles se revezam na função, embora o Ratto tenha atuado mais de ala", analisa ele.


NA TV - Ribeirão x Uberlândia, Sportv 2, ao vivo, às 19h

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