São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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BOXE

Pagar para ver

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos EUA , a indústria do pay-per-view vai muito bem, obrigado. O número de pacotes vendidos, dependendo da programação, chega às centenas de milhares. E, em alguns casos, atinge até a casa dos milhões.
No Brasil, por entender que os espectadores não estão acostumados a pagar para ver boxe, algumas emissoras de TV a cabo que operam no país encaixam nas grades normais programações que nos EUA são pay-per-view.
É o caso da ESPN, que exibe amanhã às 21h30 teipe de seu primeiro pay-per-view, organizado em 23 de abril no Caesar's Palace. A má notícia, no caso, é que o público brasileiro não pôde acompanhar ao vivo a programação. A boa é que não tivemos de morrer com US$ 29,95 para assisti-la.
Vale a pena ver o programa.
O campeão meio-médio Antonio Margarito defendeu seu cinturão contra o muito conceituado Kermit Cintron; Shane Mosley fez sua volta aos ringues depois das derrotas para Winky Wright, e os pesados Jameel McCline e Calvin Brock se enfrentaram em um encontro relevante para, à época, se manter ou tentar adentrar no ranking da revista ""The Ring".
Outra emissora, a HBO Plus, que não faz questão de divulgar suas programações -e às vezes até as ""esconde"-, é mais generosa: já transmitiu em seu canal regular, ao vivo e sem custo extra para o telespectador, alguns combates que nos EUA foram vendidos via pay-per-view. Para citar dois: Vladimir Klitshko x Danny Williams e Marco Antonio Barrera x Mzonke Fana.
Claro, usam essa estratégia por saber que o público brasileiro ainda não está acostumado ao pay-per-view. A DirecTV até tentou durante uma época, mas desistiu, mesmo contando com atrações de alto nível, como Oscar de la Hoya.
O canal Premiere insiste/vinha insistindo, porém, em produtos já conhecidos do público: Mike Tyson (que deve ir para a Band e BandSports), Popó e vale-tudo.
Tyson, não importa com quem lute, será atração que pode tranqüilamente ir para o pay-per-view até o fim de sua carreira (e muito disso nem tem mais a ver com sua habilidade no ringue). Popó não é sinônimo automático de audiência. Depende da promoção e do adversário. Sua última apresentação, no Brasil, não alcançou os resultados esperados (em termos de pay-per-view).
E o vale-tudo tem seu público fiel, mas ainda abaixo de 10 mil compradores por competição. Um progresso foi o anúncio de que as edições do Pride passarão a ser transmitidas ao vivo aqui no país.
Na minha opinião, é necessário acostumar o público ao pugilismo primeiro para implantar, com sucesso, o sistema pay-per-view.
As emissoras estão no caminho certo. BandSports, ESPN, Sportv, agora com o Boxe Brasil e com postura mais flexível do que ocorria no passado, e até a People & Arts (com o reality show ""The Contender") transmitem algumas programações periódicas.
Estão certas. Primeiro, é preciso paciência, um trabalho de ""educação", para só depois pensar em colher frutos. Isso vale para muita coisa, e certamente é assim com a indústria do pay-per-view.

Programação 1 O ex-campeão dos leves Julio Diaz volta aos ringues na próxima terça, às 23h, contra Marco Angel Perez, em programação da ESPN. Em seu último combate, Diaz foi surrado por Jose Luis Castillo.

Programação 2
O campeão dos supermédios pela FIB, o norte-americano Jeff Lacy, defenderá o título no próximo dia 6 de agosto. O adversário será o britânico ex-campeão Robin Reid.

Programação 3
O ex-campeão dos pesos-pesados Hasim Rahman pega o veterano Monte Barret no dia 13 de agosto, pelo título interino do CMB. O atual campeão é o gigante ucraniano Vitali Klitschko.


E-mail: eohata@folhasp.com.br

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