São Paulo, domingo, 03 de junho de 2007

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JUCA KFOURI

Temporada de caça ao Kaká


A imprensa esportiva chapa-branca já elegeu o bode expiatório caso o Brasil vá mal na Copa América


FICOU CLARO durante o jogo contra a Inglaterra que Kaká está esgotado. Mas mais claro ainda ficou que ele será o escolhido como culpado caso o Brasil não traga a Copa América da Venezuela.
Copa que, diga-se de passagem, não leva um torcedor brasileiro às ruas para comemorar quando conquistada pela seleção brasileira.
É impressionante como ainda proliferam os ditos pachecos com seu poder de crítica apenas restrito aos atletas, jamais aos poderosos, há tantos anos de plantão.
Poderosos que se unem, por exemplo, num camarote em Wembley, sem nenhum representante do futebol brasileiro -o que faria muito mais sentido em se tratando da campanha pela Copa de 2014.
Presidente da República do Brasil e governadores deslumbrados de Estados brasileiros são ilustres desconhecidos do público europeu em geral.
Ao contrário, estivesse um Pelé, um Jairzinho, um Rivaldo, não só a TV inglesa mostraria ao mundo como causaria sensação no estádio.
Já a seleção jogou para o gasto e apenas aprofundou mais o complexo de inferioridade que os ingleses sentem quando se trata de enfrentar times destas paragens.
Eles que sempre se queixam de sofrer gols inusitados dos brasileiros, ora de jogador sentado na grama, ora de passe sem olhar, ora de um chute sem querer, agora tomaram um gol de cabeça no último minuto de um jogador baixinho (Diego) em bola aérea, que eles julgam ser sua especialidade.
E o amistoso de Wembley serviu, também, para mostrar que temos mais um zagueiro confiável, o gigante Naldo.

Complexos
Por falar em complexo, tem mais um na moda: o dos que acham que quem critica a fórmula da atual Copa do Brasil, pela ausência dos times que estão na Libertadores, o fazem para diminuir o futebol carioca. Isso porque os times do Rio têm chegado às finais desde que a CBF consagrou a bobagem.
Bobagem também dos complexados. Que é óbvia a queda do nível da Copa sem os melhores times, até uma criança entende. E que a constatação nada tem a ver com o futebol carioca ou acreano também é outra obviedade. Entre outras razões porque nas decisões que envolveram times de outros centros contra os cariocas, foram exatamente o Santo André e Paulista que a venceram, como periga agora acontecer com o Figueirense.
E nenhum deles é carioca, ao que se saiba. E eram medíocres.

A escolha santista
Dura a escolha do Santos. Pensar só no Grêmio e deixar o Corinthians de lado pode significar nova derrota. E desestímulo para a torcida em relação ao jogo da Libertadores. Torcida que já não tem sido exemplar na competição continental. Por outro lado, caso se desgaste diante do rival local, pode ser fatal para o enfrentamento mais importante com os gaúchos.
O que fazer? Eis a resposta que provavelmente não existe, embora exista uma aposta: ganhar do Corinthians sem usar o que tem de melhor. E dá? Contra o Furacão deu.

blogdojuca@uol.com.br


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