São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2008

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Euforia corintiana "banca" astro rival

Com final da Copa do Brasil no Morumbi, time deverá repassar ao São Paulo todo o valor gasto nos salários de Adriano

Corinthians já desembolsou R$ 805 mil aos são-paulinos pela utilização do estádio, valor que aumentará com a lotação da arena amanhã

Fernando Santos/Folha Imagem
Jogadores treinam para o jogo contra os pernambucanos amanhã no Morumbi

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A empolgação da fiel massa corintiana é tamanha que gera lucro até para um de seus maiores rivais, o São Paulo.
O valor cobrado pelo aluguel do estádio ao Corinthians deverá ser suficiente para cobrir todo o gasto do clube do Morumbi com os salários do atacante Adriano, seu principal reforço em 2008, pelos seis meses de duração do contrato do atleta.
Levantamento nos borderôs das 14 partidas já mandadas pelo Corinthians no estádio são-paulino nesta temporada mostra que o time alvinegro repassou ao São Paulo R$ 805.056.
Com o aumento dos preços nas bilheterias para a final de amanhã, que não tem mais entradas à venda, a projeção do São Paulo é que a soma dos aluguéis supere R$ 1 milhão.
É pouco mais que o valor desembolsado pelo São Paulo na remuneração de Adriano -jogador emprestado, que tem a maior parte de seus vencimentos oriunda da Inter de Milão.
O valor já gasto pelo Corinthians nos aluguéis corresponde a 9,6% da arrecadação bruta do São Paulo nos 18 jogos que o time mandou no Morumbi.
E, nem assim, o time do Parque São Jorge pode se considerar "em casa" quando aluga o estádio são-paulino.
Na segunda partida da semifinal da Copa do Brasil, por exemplo, cerca de 50 pessoas da diretoria e do conselho corintianos foram impedidos de passar do setor de numeradas ao de cativas do Morumbi por um funcionário do São Paulo. E houve bate-boca entre eles.
O jogo de amanhã será o 15º do Corinthians no Morumbi. Em toda a temporada passada, o time mandou nove duelos lá. A presença mais freqüente -e o conseqüente pagamento de aluguéis- do Corinthians no Morumbi neste ano é calcada em três fatores: a inédita queda para a Série B, a capacidade do estádio e a superstição.
A primeira causa é o adiamento da obra de reforma do Pacaembu. Em 2007, a prefeitura manteve aberta "a casa corintiana" até o fim do Brasileiro, na torcida pelo time escapar da degola. Não adiantou, e o Corinthians ficou desalojado no Campeonato Paulista -o estádio municipal foi reaberto há menos de um mês.
A capacidade do Morumbi é um fator econômico que pesou na decisão de o Corinthians adotá-lo como casa em 2008.
Além de o estádio comportar quase o dobro da lotação do Pacaembu, apesar do gasto com aluguel, proporcionalmente sai mais barato atuar lá que no campo da prefeitura (onde os gastos são parecidos, mas a arrecadação é bem inferior).
O outro fator é a partida apontada por dirigentes e atletas como o divisor de águas da trajetória corintiana na temporada ter acontecido no Morumbi: os 4 a 0 sobre o Goiás, nas oitavas da Copa do Brasil.
Melhor para o time, que vê no palco um trunfo. "Ajuda muito o empenho do torcedor, que está comparecendo em massa, o que acontece porque a gente está correspondendo aos anseios da arquibancada", disse o zagueiro e capitão William.


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