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VÔLEI
A história de um jogo
O Japão, na luta pela vaga olímpica, experimentou o que as meninas do Brasil viveram em 2004. Melhor para a Itália
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
FOI UM JOGO dramático, desses
que vão ser lembrados por
muitos anos. Os personagens? Japão e Itália, dois países com
tradição no vôlei e na luta desesperada para agarrar a última chance de
ir à Olimpíada de Pequim. A partida
foi no sábado, em Tóquio, e tem uma
história que merece ser contada.
O confronto, válido pela primeira
rodada do Pré-Olímpico do Japão,
durou 2h24min. Os três primeiros
sets foram bem disputados: a Itália
venceu o primeiro por 25 a 20 e perdeu os dois seguintes por 30 a 28.
O drama aconteceu no quarto set:
o Japão abriu uma vantagem de 24 a
17. Estava a um ponto de uma vitória
que derrubaria a Itália e praticamente o classificaria para a Olimpíada. Seria a redenção para um time
que já foi campeão olímpico, mas
que ficou fora dos Jogos de Sydney-2000 e de Atenas-2004.
Os japoneses tiveram sete chances de vencer o quarto set. Perderam
as sete. Sabemos o que é isso. Quem
há de esquecer a semifinal dos Jogos
de Atenas contra a Rússia? A seleção
feminina abriu 24 a 19 e perdeu o
set, o jogo e a chance de chegar pela
primeira vez à final olímpica.
Mas o drama japonês prosseguiu
no quarto set. Depois que a Itália
empatou em 24 a 24, o time ainda teve mais quatro chances de ganhar o
set. Novamente, perdeu todas. Mérito dos italianos que salvaram 11
match points, venceram o set por 35
a 33 e ficaram mais perto da vaga.
Depois de deixar a chance escapar,
o Japão despencou no quinto set.
Perdeu por 15 a 7. O técnico Tatsuya
Ueta não se conformava. "Foi nossa
culpa. Não marcamos nenhum ponto quando vencíamos por 24 a 17."
O técnico italiano Andrea Anastasi não economizou elogios ao adversário. Disse que o Japão fez um de
seus melhores jogos nos últimos 20
anos e merece ir a Pequim. Para ele,
o que fez a diferença foi a cabeça:
"Eles ficaram ansiosos, e nós acreditamos que era possível vencer".
Nesta madrugada, a Itália pegaria
a Austrália. Com uma vitória, praticamente levaria a vaga, já que os outros times são mais frágeis. O dono
da melhor campanha e o time asiático mais bem colocado se classificam.
SORTEIO
O sorteio dos grupos dos torneios
de vôlei dos Jogos Olímpicos de Pequim ocorrerá no dia 11 de junho.
As seleções femininas já estão definidas. No masculino, a Polônia se
classificou anteontem e restam somente as duas vagas do Pré-Olímpico do Japão.
REFORÇO
A seleção brasileira feminina viaja
no domingo para os Estados Unidos e, depois, já segue para a disputa do Grand Prix na Ásia com um
reforço: a psicóloga Sâmia Hallage.
Ainda não está confirmado se a psicóloga também acompanhará o time nos Jogos Olímpicos de Pequim. Seria bom.
cidasan@uol.com.br
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