Em meio à crise econômica mundial, meia-atacante deverá ser o jogador brasileiro mais caro da história do futebol

Ex-são-paulino fecha com time espanhol para ganhar 9 mi/ano, mas o Milan, com o interesse do Chelsea, quer mais que 65 milhões por ele

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Kaká acertou ontem o salário com o Real Madrid e aguarda hoje só a definição entre o clube espanhol e o Milan para ser anunciado como novo galáctico. O acerto salarial foi fechado em Madri por Bosco Leite, pai do atleta, e pelo presidente do Real, Florentino Pérez.
Pelo acordo, o meia-atacante receberá cerca de 9 milhões (R$ 25 milhões) anuais, livres de impostos, nas cinco temporadas em que ficaria na equipe.
Até o final da noite de ontem na Europa, o Milan não havia aceitado a proposta. O vice- -presidente do clube, Adriano Galliani, participou da reunião em Madri, mas não autorizou o fechamento do negócio. O Milan quer mais que a oferta de 65 milhões (R$ 185 milhões) feita pelo Real. A negociação seria a segunda maior do futebol, só atrás da de Zidane ( 78 milhões), quando ele foi da italiana Juventus para o Real.
A transferência de Kaká para o Real Madrid não foi fechada também porque os dirigentes do Milan esperam ouvir nova proposta do Chelsea, da Inglaterra. O time do bilionário russo Roman Abramovich também tem interesse no atleta.
Além da proposta milionária, os dirigentes do Real seduziram o ex-são-paulino ao prometerem montar um time forte para a próxima temporada.
Caso Kaká deixe o Milan, o principal responsável pela transferência do atleta é Florentino Pérez, que voltou anteontem ao comando do Real. Ele gosta de investir alto em jogadores famosos. No início da década, ganhou fama de montar um time que foi apelidado de ""galáctico" após uma série de contratações milionárias.
O Chelsea não é o primeiro clubes inglês que tenta contratar Kaká. No início do ano, o jogador recusou proposta ainda maior do Manchester City, cujo dono é um bilionário dos Emirados Árabes. O City ofereceu quase 19 milhões, já descontados os impostos, durante cinco anos, o equivalente a R$ 53 milhões. Kaká decidiu ficar no Milan devido à falta de competitividade da equipe inglesa, que ofereceu ao Milan até 120 milhões pelo eleito melhor do mundo da Fifa em 2007.
Apesar do acerto em Madri, o craque preferiu silenciar ontem na Granja Comary, onde treina com a seleção brasileira. O jogador não participou das entrevistas na concentração da CBF e só falou rapidamente quando deixava o gramado.
""Não é meu dia de falar. Não vou falar hoje [ontem] sobre isso [a proposta do Real Madrid]", disse Kaká, 27. Anteontem, o meia-atacante havia prometido dar entrevista ontem em Teresópolis sobre o assunto. O jogador deverá falar hoje sobre o futuro. Ele não descarta seguir no Milan.
Mesmo que a negociação seja fechada, Kaká dificilmente irá se apresentar ao novo clube até o final da Copa das Confederações, que vai até dia 28 na África do Sul. O técnico da seleção, Dunga, já deixou claro que não vai liberar nenhum atleta.
Antes do início do torneio, no dia 15, a seleção enfrentará o Uruguai, no sábado, e o Paraguai, no dia 10, em Recife. As duas partidas são válidas pelas eliminatórias da Copa-2010.


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