São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009 |
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TÊNIS Sob pressão
RÉGIS ANDAKU COLUNISTA DA FOLHA O ANO era 1995, e enquanto todos só tinham olhos para a disputa entre Pete Sampras e Andre Agassi pela liderança, havia um garoto comendo pelas bordas. Mark Philippoussis começara como figurante, 307º do ranking, no Aberto da Austrália a convite dos organizadores. Com regularidade e talento, fecharia o ano como número 32. A revelação de 1995 da ATP. Os anos seguintes fariam de Philippoussis um dos grandes do circuito: em 1996, ganharia seu primeiro título. Em 1997, faria cinco finais. Em 1998, chegaria à primeira final de Grand Slam. A conta bancária tinha quase US$ 1,3 milhão. Sua marca? Na quadra, físico privilegiado, espírito agressivo e saque poderoso. Fora, o mesmo físico privilegiado, espírito festeiro e fãs enlouquecidas. Em 1999, chegaria ao top ten. Mais vitórias, dinheiro, diversão e mulheres, e a primeira contusão. Nada, porém, o parava. Bateria Ievgueni Kafelnikov, Gustavo Kuerten, Pete Sampras, Jim Courier, Patrick Rafter e outros. Sofreria: mais lesões, uma cirurgia, meses sem jogar. Quase imortal, voltaria ao top ten e faria final de Wimbledon. Uma série de novos adversários e contusões, nada tiraria o ânimo, a festa e o brilho dos olhos de Philippousis. Até que um dia... As contusões, mais fortes, e a cabeça na vida boêmia encerraram sua carreira. Em vez de quadras, só mulheres, festas, bebidas, prazer. Na semana passada, Philippoussis reapareceu. Desta vez, nada de superação ou glamour. Ele pediu na Justiça prazo maior para pagar a dívida da casa onde mora com a mãe. Inadimplente, corre o risco de ter de arranjar outro lugar para morar. Não há o que fazer. Ele vendeu o Lamborghini e outros bens. Gastou o dinheiro. Bateu-lhe a depressão. As contas chegam, e ele, fora da quadra, não sabe o que fazer. "Aprendi que tênis é um esporte em que, se você não joga, não recebe [dinheiro]", disse o australiano, que quer fazer exibições. Quer pôr a mão na massa. Fez mea-culpa das "tolices" da vida jovem-adulta. "Você imagina que é para sempre, e não é." NO BRASIL Desmotivado e ainda com dores no braço, Flavio Saretta, 28, e um dia chamado de "sucessor de Guga", anunciou a aposentadoria. Ex-número 44 do ranking, quer ficar ligado ao tênis. Boa sorte a Saretta! PELO BRASIL Favorito, Julio Silva caiu na final do Future de Ribeirão Preto. Seu algoz foi Fernando Romboli, que ganhou seu primeiro future. Nesta semana, tem o Future de Fortaleza. AINDA NO BRASIL A terceira etapa do Circuito Unimed começa hoje, no Praia Clube de Uberlândia (MG), nas categorias 12, 14, 16 e 18 anos. reandaku@uol.com.br Texto Anterior: Tênis: Algoz de Nadal derrota russo e vai à semifinal Próximo Texto: Corinthians põe futuro em jogo Índice |
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