Clube disputa vaga na final da Copa do Brasil, torneio que considera prioritário para planejar 2010

Diretoria aposta que vaga na Libertadores é suficiente para segurar Mano Menezes por mais um ano sem ter que negociar novo aumento

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

O zagueiro Chicão, do Corinthians, treina no CT do Parque Ecológico do Tietê para a partida decisiva desta noite, contra o Vasco da Gama, pela Copa do Brasil

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em jogo hoje, no Pacaembu, não estará apenas o presente do Corinthians, mas principalmente o futuro do clube, nesta e na próxima temporada.
O clube vai hoje, na partida contra o Vasco, em busca de uma vaga na final da Copa do Brasil, torneio prioritário em 2009 por lhe fazer sonhar com um 2010, ano do centenário corintiano, com chance de, enfim, conquistar a tão cobiçada Taça Libertadores da América.
Uma eliminação corintiana hoje, que só ocorrerá caso haja um empate em dois gols ou mais ou uma vitória do Vasco, mudará os planos para o restante de 2009 e, principalmente, para o ano que vem.
Contando com o título no torneio mata-mata nacional, o Corinthians acredita que poderá montar um "esquadrão", atraindo jogadores renomados justamente com a perspectiva de jogar a Libertadores. A competição continental também serviria como chamariz para tentar atrair novos parceiros e, consequentemente, mais dinheiro para os cofres.
Até o futuro do técnico Mano Menezes já está atrelado ao que poderá acontecer com o time nas próximas semanas.
Em conversas reservadas, dirigentes da cúpula corintiana costumam afirmar que a renovação com o treinador gaúcho para um terceiro ano à frente do time depende diretamente da vaga na Libertadores.
Para a diretoria, apenas o atrativo de comandar o Corinthians no ano de seu centenário, e com a possibilidade de obter uma conquista histórica e inédita, é o suficiente para manter Mano no clube, sem nem mesmo oferecer ao treinador um aumento em seus rendimentos, que hoje já atingem a casa dos R$ 350 mil mensais.
Por outro lado, um tropeço na semifinal de hoje causará a demolição de todo esse projeto, inclusive com o encolhimento da verba separada para a contratação de reforços.
"Mudar tudo, tenho certeza de que não vai. Mas, quando não se atinge um objetivo, você precisa mudar alguns aspectos. Assim, quando se ganha também muda-se algumas coisas", afirma Mano, consciente da importância deste e, em caso de classificação, dos próximos dois jogos do time na Copa do Brasil para seu futuro e para o da equipe do Parque São Jorge.
O treinador, no entanto, evita falar dos eventuais desdobramentos de uma eliminação. "Não costumo tratar de fatores negativos antes das partidas."
Entre os atletas, é inegável a expectativa por conseguir levar o time à Libertadores através do título da Copa do Brasil.
"Eu espero que a gente possa participar da Libertadores de uma forma bem competitiva. Esse é um projeto do Corinthians desde o ano passado", diz o zagueiro William, relembrando que a equipe esteve perto da glória, mas caiu na final, contra o Sport. "Poderíamos ter chegado antes da hora na Libertadores. E aí a decepção seria ainda maior", diz Mano.