São Paulo, quinta, 3 de junho de 1999

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Estádio tem ato anti-sequestro

do enviado a Cali

A partida de ontem no estádio Pascual Guerrero se transformou num imenso ato pela paz em Cali e na Colômbia.
Foram espalhadas faixas por todas as arquibancadas clamando pelo fim da violência, dos sequestros e do crime organizado.
"Pela paz. Respeitamos o direito internacional comunitário"; "Parem com a guerra já"; "Exigimos a devolução de todos os sequestrados", diziam as mensagens -que também foram exibidas dentro do campo por "cheerleaders" do Deportivo Cali.
O sequestro coletivo pela guerrilha de mais de cem pessoas em uma igreja no último domingo foi o mote da cerimônia.
Meia hora antes do início do jogo, o bispo de Cali, Dom Isaías Duarte Cancino, fez um discurso que comoveu os torcedores.
Pelo microfone, de dentro do campo, ele comandou um culto rápido. "Vamos fazer silêncio para pedir a paz. Agitem as bandeiras pela paz", pediu, aludindo às milhares de bandeirolas brancas distribuídas na entrada do estádio para os torcedores.
No momento mais emocionante de sua fala, Cancino iniciou um "diálogo" com a torcida.
"Cali quer paz, Cali quer paz, Cali quer paz", repetia, e aos poucos a multidão o acompanhava até que o grito se tornasse ensurdecedor. "Vivos, livre e em paz; vivos, livres em paz", continuou, e mais uma vez o grito se espalhou pelo estádio, que virou um mar de bandeiras brancas se agitando. (FV)



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