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Giba, pela 1ª vez, é chamado de "burro" em casa
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Pela primeira vez desde que assumiu o cargo, em 10 de maio, na
vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo,
o técnico Giba ouviu o coro "burro", entoado pelos torcedores
santistas ontem na Vila Belmiro.
A torcida se impacientou com o
treinador no momento em que
percebeu que o time retornava do
intervalo sem alterações. Naquele
instante, a partida ainda estava
empatada em 1 a 1.
Nos primeiros minutos do segundo tempo, os torcedores continuavam xingando Giba, atiravam objetos na direção do treinador e pediam a entrada do meia
Eduardo Marques, o que só aconteceu aos 14min.
Já no jogo de ida, em Belo Horizonte, que o Santos perdeu por 2 a
0, Giba tinha sido questionado
por trocar o meia Robert pelo zagueiro Márcio Santos a oito minutos do final da partida. Mas não
chegou a ser xingado.
A torcida do Santos havia feito
sua parte. Pelo menos 20 mil pessoas atenderam à convocação do
técnico Giba e dos jogadores e lotaram a Vila Belmiro na partida
de ontem contra o Cruzeiro.
Embora a Vila seja menor do
que o Mineirão, o público da partida foi superior ao do jogo de ida,
em Belo Horizonte, na última
quinta, quando 16 mil torcedores
apoiaram os cruzeirenses. Para o
jogo de ontem, foram colocados à
venda 22 mil ingressos.
Vários torcedores santistas, na
maioria de cidades da Grande São
Paulo e do ABCD, viajaram na esperança de ver o time se classificar
para a final da Copa do Brasil. Na
parte interna do estádio, havia faixas de Osasco e Santo André.
"Vim de Mauá (Grande São
Paulo) com a certeza de que o
Santos vai ganhar de goleada",
disse Arismar José dos Santos, 36.
José de Oliveira Nascimento, 43,
viajou mais de 100 km, desde Mogi das Cruzes. "Confio muito no
trabalho do Giba. Tenho certeza
de que ele vai levar o Santos à final", afirmou, antes da partida.
A fim de conter a costumeira
intolerância dos torcedores com
os erros do time em jogos na Vila,
a diretoria santista espalhou nos
arredores do estádio faixas com a
inscrição "Torcedor, o Santos
precisa da sua ajuda. Vamos torcer até o último minuto". Além
das faixas, a direção santista distribuiu bandeirolas e balões amarelos e brancos aos torcedores das
arquibancadas.
Na apertada loja de venda de
material esportivo da Vila Belmiro, torcedores se aglomeravam,
duas horas antes do início do jogo, em busca de camisas e bonés.
A mesma procura não se verificava entre os vendedores ambulantes. O são-paulino Renato
Laudelino Silva, 20, morador no
bairro de Santo Amaro, em São
Paulo, apostava no entusiasmo
dos santistas, mas se frustrou.
"Pela venda de camisas, parece
que o Santos vai tomar uma goleada", afirmou Silva. Ele chegou
a Santos no dia anterior ao do jogo e, até as 16h40 de ontem, em
frente à entrada principal da Vila
Belmiro, tinha vendido apenas
duas camisas.
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