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TÊNIS
Brasileiro prefere permanecer em Londres até quarta, de onde seguirá para a Austrália para disputar a Copa Davis
Kuerten troca Brasil por treino na grama
DA REPORTAGEM LOCAL
Gustavo Kuerten decidiu mudar de planos. Não deve retornar
ao Brasil como previra anteontem
ao ser eliminado na terceira rodada do Torneio de Wimbledon.
Assegurado como número um do
mundo, independentemente do
resultado final da competição, ficará em Londres até quarta-feira.
Pretende recuperar-se de um
resfriado -a que atribuiu como
um das causas de sua derrota- e,
se possível, manter os treinos intensivos em quadra de grama para o confronto com a Austrália,
pela semifinal da Copa Davis.
Seguirá, na quarta, para Brisbane, na costa leste australiana, sede
das partidas entre os dias 14 e 16.
""Ia ser muito cansativo. Chegaria no Brasil e três dias depois já
estaria tendo que viajar. Preferi ficar aqui para me recuperar e até
treinar", disse Kuerten.
O brasileiro perdeu anteontem
para o alemão Alexander Popp,
por 3 sets a 0 (7/6, 6/2 e 6/1). Era a
quarta participação de Kuerten
no torneio, o mais tradicional do
mundo -e que tem como piso a
grama. Seu melhor resultado
ocorreu em 1999: chegou às quartas-de-final -vencendo quatro
rivais. Nos anos anteriores, caiu
logo na estréia.
Com 520 pontos (somou 15 no
torneio), não poderá ser superado
por nenhum dos concorrentes
que permanecem em Wimbledon. Estará sob ameaça durante a
Davis -Magnus Norman, hoje
segundo colocado 27 pontos
atrás, poderá disputar dois torneios da ATP enquanto o brasileiro se dedicar ao evento de nações.
Em toda a carreira profissional,
Kuerten participou de 12 partidas
em grama, acumulando seis vitórias e seis derrotas. Fez duas partidas em 1997 (perdeu ambas),
mais duas em 1998 (duas derrotas), cinco no ano passado e mais
três nesta edição de Wimbledon.
Pela ordem, este ano no torneio
inglês, o brasileiro enfrentou o
norte-americano Chris Woodruff, 57º do mundo, por 3 sets a 1.
Depois, superou, por 3 a 0, o sul-africano Justin Bower, 509º do
ranking de entradas (nem figura
na Corrida dos Campeões), rival
com pior posto a quem encontrou
desde sua consagração, em 1997.
Batido por Popp, 153º do ranking que considera os resultados
da atual temporada, o brasileiro
elogiou a performance do alemão,
mas justificou o resultado em
grande parte a seu estado físico.
""Ele jogou bem e mereceu vencer.
Eu não estava forte, me senti cansado. Peguei um resfriado no começo do torneio e não sarei. Tive
febre e sentia dores por todo o
corpo", comentou.
Dos convocados para a Davis,
ele e Jaime Oncins foram os que
mais avançaram em Wimbledon.
Atuando na chave de duplas,
em parceria com o tcheco Cyrill
Suk, Oncins está na terceira rodada - e voltará à quadra na manhã hoje. Jogará ao lado de Kuerten durante a Copa Davis.
Fernando Meligeni perdeu na
partida de estréia para o sueco
Thomas Johansson (3 sets a 1).
Mesma sorte teve André Sá, que,
especialista em quadras rápidas,
disputa posto com Meligeni na
equipe. Sá foi eliminado (3 a 2)
pelo britânico Arvind Parmar.
Kuerten disputará três partidas
na Davis, duas de simples e a de
duplas. O outro jogador de simples, que disputará outros duas
partidas, ainda não está definido.
Em Wimbledon, a equipe australiana dá mostras de seu poderio: sofreu somente uma baixa:
Lleyton Hewitt, 19, caiu na estréia.
Ex-número um do mundo, Patrick Rafter parece finalmente recuperado de uma cirurgia no ombro, em novembro. Arrebatou o
título em Hertogenbosch, na Holanda, e já está nas oitavas-de-final do Grand Slam inglês.
Outro membro, Mark Philippoussis, venceu anteontem o holandês Sjeng Schalken, por 3 a 2
(20 a 18 no tie-break do último set,
recorde no evento londrino desde
1968), e também está nas oitavas.
Uma vitória sobre a Austrália,
na grama, admite Gustavo Kuerten, seria uma proeza.
""A gente vai para lá como zebra.
Não precisaremos de uma, mas
de três zebras. Só que a coisa se resolve na quadra", disse.
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