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PENTA
Inspeção das malas da delegação durou sete horas
Alfândega libera a bagagem da equipe
WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Foi 0 a 0. Não arrecadamos nada", disse ontem o secretário da
Receita Federal, Everardo Maciel,
após sete horas de trabalho minucioso para inspecionar toda a bagagem trazida pela seleção brasileira e por dirigentes, familiares e
jornalistas que viajaram com os
jogadores do Japão para o Brasil.
Ao contrário do que ocorreu em
1994, quando a comitiva dos tetracampeões protagonizou uma
farra alfandegária que resultou na
demissão do então secretário Osiris Lopes Filho, ninguém no vôo
do pentacampeonato ultrapassou
o limite de isenção de US$ 500.
O item mais precioso na bagagem da seleção brasileira era a taça erguida no domingo pelo capitão Cafu. Segundo Everardo, a taça recebeu dos inspetores autorização temporária para ficar quatro anos no país. Em 2006, a taça
será enviada à Alemanha, sede da
próxima Copa do Mundo.
Já a taça conquistada no amistoso contra a Malásia, o último antes da Copa, quase foi esquecida
na alfândega instalada na Base
Aérea. Coube ao supervisor técnico da seleção, Américo Faria, resgatá-la e levá-la de volta ao avião.
O único incidente áspero na inspeção aduaneira envolveu o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Autuado diversas vezes pela
Receita nos últimos anos, ele reclamou por ter de abrir duas de
suas malas para inspeção.
"É claro que não iam me liberar", reclamou Teixeira aos fiscais. Nas sete horas em que esteve
na capital, o presidente da CBF foi
quase o tempo todo acompanhado por dois assessores contratados para ajudá-lo a enfrentar as
acusações feitas contra ele pela
CPI do Futebol, no ano passado.
Outro personagem conhecido
pelos auditores da Receita que
acompanhava a seleção era o empresário Gilmar Veloz, amigo de
Luiz Felipe Scolari. Veloz já foi autuado por sonegação fiscal. Ontem, passou ileso pela alfândega.
Os 30 auditores da Receita foram orientados a usar luvas, trajar
terno ou vestidos formais e não
pedir autógrafos.
"Tudo para evitar intimidades",
disse Everardo Maciel.
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