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FUTEBOL
Como em sua frustrada passagem pela seleção brasileira, técnico do Santos volta a falhar em torneio internacional
Leão perde paletó e culpa "imponderável"
DA REPORTAGEM LOCAL
E DA AGÊNCIA FOLHA
O técnico Emerson Leão atribuiu ao "imponderável" o fracasso do Santos na decisão da Libertadores. Ao justificar a derrota para o Boca, afirmou: "Temos que
reconhecer a superioridade do
adversário. Fugimos das nossas
características não porque quiséssemos, mas porque o imponderável nos empurrou para isso".
Ao final da partida, Leão fez
questão de cumprimentar o colega argentino Carlos Bianchi.
O treinador, que interessa ao
São Paulo, se disse satisfeito com a
performance do Santos. "Estou
muito orgulhoso do meu time. Se
vocês vissem os vestiários, sentiriam o que é dor no coração."
Apesar da ponderação após a
partida, o nervosismo de Leão, 53,
ficou evidente antes e durante a final. Na chegada ao estádio do
Morumbi, o técnico evitou o contato com a imprensa.
Sentado na primeira poltrona
do ônibus que levou a delegação
ao estádio, Leão desceu calado assim que a porta se abriu e, até que
chegasse ao vestiário, não foi seguido por nenhum atleta.
No jogo, o técnico passou praticamente todo o tempo de pé e foi
advertido várias vezes pelo quarto
árbitro porque invadia o gramado
para dar instruções aos jogadores.
No primeiro gol do Boca Juniors, Leão levou as mãos à cabeça, em sinal de desespero. Em seguida, deu novas orientações ao
time, gesticulando muito.
Na substituição de Nenê, que
entrou logo aos 30min do primeiro tempo, Leão chegou a puxar o
jogador pelo braço para que ele o
ouvisse atentamente. Depois, recebeu Wellington -que foi substituído por estar, segundo o técnico, "em ponto morto"- com um
abraço emocionado.
Vestindo terno escuro e uma camisa azul com pequenas listras
brancas, o técnico perdeu a paciência aos 11min da etapa final,
quando atirou o paletó no banco
de reservas e protestou contra
uma marcação da arbitragem.
Porém nada adiantou para evitar o novo fiasco.
O fracasso de ontem manteve
no currículo de Leão uma pecha: a
de falhar em torneios internacionais. A exemplo do que ocorreu
em sua passagem pela seleção, o
técnico colecionou mais um dissabor, desta vez com seu clube.
A exceção foram duas Copas
Conmebol conquistadas com
Atlético-MG (1997) e Santos
(1998). O torneio, entretanto, era
tão inexpressivo que já foi extinto.
Na seleção, o técnico deixou o
cargo (demitido no saguão do aeroporto de Narita, no Japão, após
revés na Copa das Confederações-2001) apenas sete meses depois de assumir.
(MARÍLIA RUIZ, RICARDO PERRONE E FAUSTO SIQUEIRA)
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