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Robinho chora, falta, mas anuncia amanhã o "fico"
Preocupado com desgaste do atleta junto ao Santos, agente nega litígio e diz que contrato será cumprido
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Prestes a ver sua imagem de ídolo vertida a traidor junto à torcida
santista, Robinho, mesmo contrariado, vai anunciar em entrevista
coletiva amanhã que cumprirá
seu contrato na Vila Belmiro.
A estratégia visa impedir que o
atleta passe de "menino da Vila" a
"bad boy", em nome do diálogo.
As últimas declarações do atacante à mídia mostravam uma rota
de litígio com o presidente Marcelo Teixeira, o que Wagner Ribeiro, seu empresário, nega.
"Não tem como ele sair agora.
Não vamos à Fifa contra o Santos.
O Robinho é empregado do Santos, recebe em dia e vai cumprir
seu contrato", disse Ribeiro. "Se o
maior clube do mundo fez uma
oferta de US$ 25 milhões e o Santos não quer, quem pode pagar
mais? O Jaboticabal?", perguntou
Ribeiro, deixando subentendido
o Real Madrid, da Espanha.
O Santos exige o pagamento da
multa rescisória do contrato, US$
50 milhões (R$ 117,7 milhões) para liberar Robinho para o exterior.
O agente diz que negocia folga
para o jogador, sob a justificativa
de que ele está deprimido. Robinho se reapresentaria na sexta ao
técnico Gallo, mas a solicitação é
encarada como pouco provável
de ser atendida na Vila Belmiro.
"Isso aí é uma questão técnica,
que compete apenas ao Gallo. Se
ele achar que pode dar essa folga,
ele dará", disse o gerente de futebol, Luiz Henrique de Menezes,
lembrando que Gallo passou o
problema das ausências de Robinho, 21, nos treinos de anteontem
e ontem à diretoria, que anunciou
multa com valor a definir.
Questionado pela Folha, o treinador disse que prefere esperar
posições oficiais antes de tomar
qualquer decisão sobre o caso.
Após a reunião de anteontem
entre as duas partes, o jogador
saiu abatido, já que Teixeira manteve a posição de liberá-lo apenas
após a Copa de 2006. Na noite de
sexta, Robinho chorou, mas comemorou à noite em um bufê de
São Vicente o aniversário de sua
namorada, Vivian, quando repetiu seu desejo de ir à Espanha.
"Pedi ao presidente para ser liberado, mas ele quer que eu fique
até 2006. Mas, se eu estou com cabeça no Real Madrid, não tem por
que continuar no Santos", disse o
atleta, acrescentando que a transferência o ajudaria a ser escolhido
o melhor do mundo pela Fifa.
No Santos, o tom das recentes
declarações de Robinho é visto
como orientação dos empresários
do jogador, Ribeiro e Juan Figer.
Esse tom deve mudar a partir de
agora. "Ele viu amputado o sonho
de ir para o Real e agora está sendo colocado como vilão. Robinho
é profissional, não é rebelde e, se
sair, quer sair pela porta da frente", disse Ribeiro, que lembrou
que só após a conquista da Copa
das Confederações, na última
quarta-feira, o jogador se manifestou sobre sua transferência.
A decisão frustra a diretoria do
Real Madrid, que ofereceu US$ 25
milhões e pretendia ter o jogador
já na próxima sexta-feira.
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