São Paulo, domingo, 03 de julho de 2005

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Permanência é colírio para elite da prancheta

DA REPORTAGEM LOCAL

Para os treinadores que atuam na elite do Brasileiro, o "fico" de Robinho é visto como um verdadeiro colírio.
A Folha colheu a opinião de 12 dos 22 treinadores da Série A do Brasileiro, e, na visão deles, o atleta do Santos, caso negociado, deixaria o país órfão de um fora de série por um bom tempo.
Na avaliação da maioria deles (só três deram nomes de "substitutos" para Robinho), falta criatividade aos clubes de elite, o que se evidencia pelo minguado número de atletas que atuam no Brasil e serviram a seleção de Carlos Alberto Parreira. Na Copa das Confederações, foram apenas quatro -o palmeirense Marcos, o são-paulino Cicinho, além dos santistas Léo e Robinho.
Outro exemplo do mau momento, na visão dos homens da prancheta, é a chocha seleção sub-20, que caiu diante da Argentina nas semifinais do Mundial da Holanda sem empolgar.
"Vi uns jogos dessa seleção e não achei nada brilhante. No Brasileiro deste ano, é cedo para dizer. É claro que, no país, a gente tem uma renovação grande, mas nessa safra não vejo nada próximo do Robinho", disse técnico do Brasiliense, Joel Santana.
Oswaldo Alvarez, da Ponte Preta, pensa da mesma forma. "Não precisa ser santista para ver o Robinho jogar. Sua magia não tem igual. Ele tem carisma, é ídolo nacional. Insubstituível."
Quem arriscou substituto puxou sardinha para o próprio reduto. "O Felipe é um dos jogadores de hoje que, junto com Robinho, mais encantam o torcedor", disse Abel Braga, do Fluminense, fã do meia tricolor, cuja suspensão de quatro meses por agredir rival acaba no dia 7.
Tite, do Atlético-MG, citou Ramón, e Antônio Lopes, do Atlético-PR, Fernandinho, atletas que estão sob seus respectivos comandos.
Na falta de uma boa safra de jovens talentos, outros treinadores viam na "velha-guarda" a opção para direcionar as atenções. "Vejo o Giovanni, do Santos, com capacidade para dar espetáculo neste Brasileiro", diz Muricy Ramalho, do Inter, sobre o atleta de 33 anos.
A aposta em veteranos, por sinal, seduziu outros grandes clubes. O Flamengo aposta em Souza, um ex-corintiano. E o São Paulo em Amoroso. Ambos trintões.


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