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FUTEBOL
"Vai Atlético-PR"
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do "Vai Robinho" e
do "Vai Rogério", é a vez do
Atlético-PR, a sensação da Libertadores. Passaram-se já quase
quatro temporadas depois da final do Brasileiro de 2001, quando
escrevi, não nesta coluna de futebol internacional, uma ressonante reportagem sobre a inesperada
decisão entre o rubro-negro curitibano e o São Caetano. Destaquei na época que a decisão era a
menor do Nacional tendo como
base a pequena capacidade de
público da Arena da Baixada e
do Anacleto Campanella -menos de 60 mil pessoas viram aquelas finais somando os dois jogos.
Dezenas de atleticanos me escreveram revoltados, muitos faltando com a educação (para não
dizer o pior) e cobrando minha
saída da Folha porque eu teria
"diminuído" o time que conquistaria ali seu primeiro Brasileiro.
Fui alvo de corrente na internet
bancada por torcida organizada,
recebi ameaças até de morte e parece que nesses anos todos, em
que o Atlético-PR se engrandeceu
ainda mais, outros jornalistas sofreram perseguição semelhante
por, uma ou outra vez, não serem
tão elogiosos ao Furacão quanto
parte de sua torcida gostaria.
Poucos clubes no país têm sido
tão elogiados pela mídia nacional
quanto o ousado campeão paranaense. Estádio moderno, ótimo
CT, belo trabalho nas divisões de
base, uniforme bacana, torcida
bonita... O Atlético-PR ganhou
merecidamente seu espaço entre
os grandes do futebol nacional e é
muito respeitado, agora até no
exterior (por isso ganhou esta coluna). Só não entendo por que alguns de seus fãs mostram tanta
raiva quando o time mais brilha,
como agora -já vejo e-mails desrespeitosos ou meio ameaçadores
porque a Arena da Baixada fora
vetada para a grande decisão.
Ok, todo torcedor fanático sempre acha que o seu time é o melhor de todos em tudo e costuma
ostentar mania de perseguição,
achando que o mundo está contra sua equipe. Além de eu não ter
nada contra o Atlético-PR, aproveito o espaço para mostrar como
o time rubro-negro se inseriu de
vez no futebol internacional com
a heróica campanha na Libertadores deste ano (o Furacão já tinha erguido importante taça no
exterior em categoria de base).
Título nacional são muitos os
times que possuem, mas conquistas relevantes internacionais são
poucos -só dez times do país
pentacampeão chegaram a uma
final de Libertadores. O Furacão
figura hoje na 31ª posição no ranking mundial da IFFHS e foi eleito o clube do mês de junho pela
Federação Internacional de História e Estatística do Futebol.
Mesmo que seja vice da Libertadores, passará a integrar o já tradicional Ranking Folha do Futebol Mundial, que nasceu nesta coluna -o Atlético-PR largará no
Top 100 dessa lista histórica.
No ranking da Conmebol para
os clubes brasileiros, já ganhou
duas posições pela atual campanha (hoje é o 13º, com 56 pontos) e
pode fechar o ano como campeão
mundial e com 140 pontos na lista
da Sul-Americana. O Furacão já
virou Huracán e caminha para
ser Hurricane. Que esses fortes
ventos mundo afora não espalhem ódio, rancor e frustração.
"Vai Arena da Baixada"
Não é de hoje que os atleticanos lutam para poder concluir o seu estádio. E não é de agora que o regulamento da Libertadores é exigente
em decisões. O São Caetano, o outro finalista do Brasileiro-2001, decidiu contra o Olimpia no Pacaembu. Santos e Palmeiras fizeram finais do nobre torneio não faz muito tempo no Morumbi. Montar arquibancada às pressas para a final não condiz com a fama do time
paranaense de zelar pelo conforto e pela segurança dos torcedores.
"Vai Brasil"
A primeira final brasileira da Libertadores não só quebra um jejum
de títulos do país neste século como garante em 2006 a participação
recorde de um país no torneio. Serão seis representantes do Brasil na
disputa: Paulista, Atlético-PR ou São Paulo e quatro pelo Brasileiro.
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
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