TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Nos próximos 12 meses, muitas coisas podem acontecer no futebol e na vida. Não dá para controlar, muito menos prever o futuro.
Será que as novas CPIs vão provocar mudanças na política e nos políticos? Ou não há mais esperança? Chico Buarque vai escrever mais um belo livro? Será que o Parreira terá uma recaída após a primeira derrota e substituirá o quarteto? Será que as hortênsias do meu jardim serão mais bonitas neste ano? Será que a sociedade de espetáculo e de idiotices continuará poderosa no Brasil? Será que outras TVs, abertas e fechadas, transmitirão a Copa? O "pensamento único" faz mal ao futebol.
Alguma coisa vai mudar na seleção. Mas, se a Copa começasse daqui a um mês, quem seriam os 23 convocados pelo Parreira? Ele teria poucas dúvidas. Uma é a do terceiro goleiro (Gomes ou Rogério Ceni). Se o Júlio César voltar a brilhar, será o preferido. Outra é entre Alex, Ricardinho ou Júlio Baptista. A terceira é a do reserva do Emerson (Edmilson ou Gilberto Silva). Edmilson já se recuperou e tem a vantagem de jogar bem de zagueiro.
Hoje, os 20 quase certos do Parreira seriam: Dida, Marcos, Cafu, Cicinho, Roque Júnior, Lúcio, Luisão, Juan, Gilberto, Roberto Carlos, Emerson, Renato, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Juninho Pernambucano, Robinho, Zé Roberto, Ricardo Oliveira, Adriano e Ronaldo.
Desses 20, só trocaria o Gilberto pelo Júnior, que joga bem há muito tempo e é experiente. O zagueiro Alex merecia também ser testado. Os outros três da minha preferência seriam: Rogério Ceni, o meia Alex e Edmilson.
Com o quarteto, Alex deve ficar de fora. Ricardinho foi chamado para as eliminatórias e, provavelmente, só não foi à Copa das Confederações porque o Santos ficaria sem três titulares. Antes do quarteto, Alex era o reserva do Kaká.
Como Alex tem pouca mobilidade e velocidade para jogar pela esquerda, marcando mais atrás e chegando à frente, como fez Ronaldinho Gaúcho, Ricardinho deve ser o preferido. Juninho é o reserva do Kaká. Alex sempre atuou pelo meio, sem marcar e próximo dos dois atacantes. Mas ele é tão craque que não deveria ficar de fora.
Júlio Baptista pode atuar de volante, meia ou atacante, sua posição atual. Por isso não será surpresa se ele for o escolhido, em vez do Ricardinho e do Alex.
Nos próximos 12 meses, Cicinho precisa confirmar o seu lugar. Ele teve uma péssima atuação contra o México, duas razoáveis contra Japão e Grécia e duas excelentes contra Alemanha e Argentina. Cafu é o titular.
O Brasil não depende mais tanto do Ronaldo, como acontecia desde a Copa de 98. Ele e Adriano devem ser os titulares nos próximos jogos. A vantagem com o Robinho seria ter um jogador mais leve, atuando mais pela esquerda e entrando pelo meio, como fez contra a Argentina e faz nas suas melhores jogadas pelo Santos.
Kaká, por ter ótima condição física, muita velocidade, técnica e disciplina, jogou contra a Alemanha e Argentina de armador pela direita, defendendo e atacando e de meia-atacante. Ele fez a função de dois.
Contra Alemanha e Argentina, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano se completaram. O quarteto encaixou, como dizem os treinadores. Isso não significa que será sempre a melhor opção. Falta também uma seqüência de brilhantes partidas.
A Copa das Confederações foi um treino. O jogo vai ser na Copa de 2006. Algumas equipes treinam bem e jogam mal. Porém aumentaram as minhas esperanças de o Brasil ter um time inesquecível e vitorioso, como os melhores de todos os tempos.

Acordo
Jogar futebol não é trabalho burocrático. Robinho tem um contrato para cumprir, mas somente se justifica sua permanência no Santos se houver um acordo e ele continuar feliz. Seria ótimo para o futebol brasileiro.

Final brasileira
O regulamento precisa ser cumprido, mas é bastante injusto o Atlético-PR não jogar no seu campo. Não foram só os atletas e os técnicos dos dois times que atuaram bem na Libertadores. A diretoria do São Paulo agiu rápido e contratou Paulo Autuori para o lugar do Leão e Amoroso para o do Grafite. O Atlético-PR trouxe o experiente Antônio Lopes.

E-mail tostao.folha@uol.com.br


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