São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juca Kfouri

De juízes e notas

Dida, Lúcio e Juan evitaram que a França desse de 3 a 0 como em 98

DAS BOAS coisas que fiz na sexta passada, uma foi ler a coluna de Clóvis Rossi neste vibrante, e crítico, felizmente, caderno de Esportes. E por dois motivos.
O primeiro: Rossi fala de um colega inglês que é fã dos árbitros. Lembrei de Nelson Rodrigues, que dizia que o juiz ladrão é essencial para o futebol. Gostaria de ter o humor britânico. E o gosto pelo inusitado do gênio brasileiro. Nem amo nem odeio os árbitros. Apenas os temo. Porque eles fazem o resultado do jogo que apitam e até do seguinte, ao tirar, por exemplo, um jogador fundamental de uma próxima partida, decisiva. Sorridentes.
Mas do que não gosto mesmo é de dar notas. Afinal, não sou professor de coisa alguma. Só que o leitor adora, para discordar, é claro. O editor competente, então, as exige. Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, damos notas.
E eis o segundo tema que me fez apreciar a coluna do sábio companheiro Rossi, bem mais, digamos, experiente que eu. Ele observa as diferenças entre suas notas, as do papa Tostão e as minhas.
Rossi está coberto de razão. Tirei a média de minhas notas para cada jogador nacional nesta Copa e notei que, por elas, a seleção era um time nota sete até o quarto jogo. O que não combinava com as avaliações que escrevi de cada jogo da seleção.
Prova mais que provada que alguma coisa estava errada, ou as notas ou as críticas. E eram as primeiras, razão pela qual perderei o prurido, doravante, em dar notas abaixo de cinco, como Rossi é contumaz, severo e verdadeiro.
Estreei o "Método Rossi" na partida entre Brasil e França. Gostei, embora ele e Tostão tenham sido mais rigorosos do que eu nas notas de Dida, Lúcio e Juan, que, a meu ver, impediram que a França repetisse os 3 a 0 de 1998.
Agora será assim, por mais que saiba que a nova conduta aumentará a acidez dos comentários dos leitores, que sempre querem notas altas para quem as tirou baixas e baixas para quem as teve altas.
E se um dia me pedirem notas para as arbitragens... P.S.: Zidane mereceu 10.
blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Datafolha na Copa: A diferença na frente
Próximo Texto: Scolari já vira alvo de "babação"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.