São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

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Vila é aberta hoje, ainda em obras

Instalações que recebem os primeiros atletas amanhã contam com esquema de segurança ainda falho

ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A Vila Pan-Americana será aberta oficialmente hoje a todos os países que disputarão os Jogos, a partir do dia 13, com cara de obra a ser concluída.
Assim como o estádio João Havelange, inaugurado sábado, muitos setores da Vila ainda estão empoeirados e em obras.
A Folha percorreu ontem o local e constatou que há trechos sendo asfaltados e obras viárias ainda em andamento.
O refeitório dos que irão trabalhar pelo funcionamento da Vila possui espaço insuficiente. Segundo voluntários que não quiseram se identificar, no pico do horário do almoço, por volta das 12h30, alguns tiveram que fazer sua refeição sentados no chão. Não havia mesas e cadeiras disponíveis a todos.
No restaurante dos atletas, as mesas e cadeiras já foram postas, mas o equipamento de cozinha está sendo instalado. Na zona internacional, a maioria das lojas e estandes não foi montada. O local terá lanchonete, cybercafé e lavanderia.
O trabalho de paisagismo foi iniciado, mas está longe de ser concluído. Espalhadas pelo chão, várias palmeiras aguardavam serem plantadas. O gramado foi posto recentemente.
No lago construído ao centro da Vila há muito lodo. Funcionários tentavam retirar ao menos o grosso da sujeira. Algumas piscinas dos prédios também estavam imundas.
Nas garagens há material de construção empilhado. Sem banheiros públicos disponíveis aos operários, algumas rampas têm forte cheiro de urina.
Nos prédios, trabalhadores finalizam serviços elétricos. De acordo com eles, os apartamentos, que estavam trancados, estão mobiliados.
Alguns países, como Brasil, EUA, Canadá, Guatemala e Colômbia, já contam com representantes na Vila que iniciaram o trabalho de logística para receber suas delegações.
Apesar disso, uma das promessas feitas no dossiê de candidatura do Rio não foi cumprida. O documento, de 2002, afirma que "todos os atletas e todos os oficiais e auxiliares das delegações ficarão alojados em seu interior [da Vila]".
Mas na prática nem o Brasil terá toda a delegação no local. As equipes de vôlei de praia, vela, maratona aquática e triatlo dormirão fora por causa do local e horário de suas provas.
Os primeiros atletas chegam à Vila amanhã: são brasileiros, da ginástica, e outros da delegação de Trinidad e Tobago.
É impossível andar pela Vila sem cruzar com soldados da Força Nacional de Segurança. Eles fazem rondas ostensivas e vigiam a entrada dos prédios equipados com armas e rádios.
Apesar disso, a vigilância mostrou não ser tão rigorosa. Os aparelhos de raio-X, colocados nas entradas, não foram postos em funcionamento.
A reportagem teve acesso à Vila após simples vistoria nas mochilas. E o taxista Paulo Lima, que a acompanhava, não foi barrado na entrada, mesmo sem portar nenhuma credencial. "Não me incomodaram porque trabalho de gravata e tenho cara de norte-americano, com óculos escuros e tudo. Se não estivesse assim, já teriam vindo atrás de mim."


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