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Vila é aberta hoje, ainda em obras
Instalações que recebem os primeiros atletas amanhã contam com esquema de segurança ainda falho
ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
A Vila Pan-Americana será
aberta oficialmente hoje a todos os países que disputarão os
Jogos, a partir do dia 13, com
cara de obra a ser concluída.
Assim como o estádio João
Havelange, inaugurado sábado,
muitos setores da Vila ainda estão empoeirados e em obras.
A Folha percorreu ontem o
local e constatou que há trechos sendo asfaltados e obras
viárias ainda em andamento.
O refeitório dos que irão trabalhar pelo funcionamento da
Vila possui espaço insuficiente.
Segundo voluntários que não
quiseram se identificar, no pico
do horário do almoço, por volta
das 12h30, alguns tiveram que
fazer sua refeição sentados no
chão. Não havia mesas e cadeiras disponíveis a todos.
No restaurante dos atletas,
as mesas e cadeiras já foram
postas, mas o equipamento de
cozinha está sendo instalado.
Na zona internacional, a maioria das lojas e estandes não foi
montada. O local terá lanchonete, cybercafé e lavanderia.
O trabalho de paisagismo foi
iniciado, mas está longe de ser
concluído. Espalhadas pelo
chão, várias palmeiras aguardavam serem plantadas. O gramado foi posto recentemente.
No lago construído ao centro
da Vila há muito lodo. Funcionários tentavam retirar ao menos o grosso da sujeira. Algumas piscinas dos prédios também estavam imundas.
Nas garagens há material de
construção empilhado. Sem
banheiros públicos disponíveis
aos operários, algumas rampas
têm forte cheiro de urina.
Nos prédios, trabalhadores
finalizam serviços elétricos. De
acordo com eles, os apartamentos, que estavam trancados, estão mobiliados.
Alguns países, como Brasil,
EUA, Canadá, Guatemala e Colômbia, já contam com representantes na Vila que iniciaram
o trabalho de logística para receber suas delegações.
Apesar disso, uma das promessas feitas no dossiê de candidatura do Rio não foi cumprida. O documento, de 2002, afirma que "todos os atletas e todos os oficiais e auxiliares das
delegações ficarão alojados em
seu interior [da Vila]".
Mas na prática nem o Brasil
terá toda a delegação no local.
As equipes de vôlei de praia, vela, maratona aquática e triatlo
dormirão fora por causa do local e horário de suas provas.
Os primeiros atletas chegam
à Vila amanhã: são brasileiros,
da ginástica, e outros da delegação de Trinidad e Tobago.
É impossível andar pela Vila
sem cruzar com soldados da
Força Nacional de Segurança.
Eles fazem rondas ostensivas e
vigiam a entrada dos prédios
equipados com armas e rádios.
Apesar disso, a vigilância
mostrou não ser tão rigorosa.
Os aparelhos de raio-X, colocados nas entradas, não foram
postos em funcionamento.
A reportagem teve acesso à
Vila após simples vistoria nas
mochilas. E o taxista Paulo Lima, que a acompanhava, não
foi barrado na entrada, mesmo
sem portar nenhuma credencial. "Não me incomodaram
porque trabalho de gravata e
tenho cara de norte-americano, com óculos escuros e tudo.
Se não estivesse assim, já teriam vindo atrás de mim."
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