DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

É comum os filhos se introduzirem em algum esporte por influência dos pais.
Mas foi exatamente o contrário o que aconteceu com Mitsuyoshi Sato e Hermindo Troncoso Gonçalves, técnicos, respectivamente, do beisebol e do boliche: os dois assumiram a posição de treinadores por causa dos filhos.
O ex-jogador Mitsuyoshi é pai e técnico dos filhos Renan e Estevão na seleção brasileira de beisebol.
"Meu pai via nossos jogos quando estávamos com 11, 12 anos. E ele pensava "não, não podem continuar jogando [mal] assim"", explica Estevão, meio brincando, meio sério. "Então resolveu virar nosso técnico." Ele ocupa o posto há quase 20 anos.
Mas o que Sato responderia caso alguém o acusasse de favorecer seus filhos nas convocações para a seleção brasileira?
"Sinceramente não sei, não me perguntam isso. Mas acho que se todos eles tiveram condições de jogar em ligas semiprofissionais ou profissionais do Japão é porque têm qualidade, você não concorda?", indaga.
A rotina em casa na família Sato durante as noites praticamente não sofre alterações.
"Só assistimos ao beisebol, seja em fitas de vídeo ou ao vivo", diz o pai, ao acrescentar que não há o risco de saturação. "Todos os dias há novidades."
Hermindo Troncoso Gonçalves, 57, levou a filha Luiza, 17, então pré-adolescente, ao boliche para superar a timidez.
"Logo ela estava competindo com adultos. A vantagem de ser técnico e pai é você consegue monitorar como vão indo os estudos", aponta.
Hoje ambos estão na seleção nacional brasileira, ele como treinador, e ela como atleta.
Há ainda o caso de Zdzislaw Szubski, técnico da canoagem de velocidade, que dirigirá seu filho, Sebastian, em Santo Domingo.
E algumas vezes, o relacionamento entre atletas acaba em casamento. Jacqueline Costa, por exemplo, admirava Walter como jogador de boliche. Hoje são marido e mulher e integram a equipe brasileira da modalidade, que não faz parte do programa olímpico.
Ambos, contudo, atuam separadamente, pois não há a categoria de duplas mistas. (EO, GR E JCA)


Texto Anterior: Pan 2003: Irmãos empurram Brasil na disputa pelas medalhas
Próximo Texto: Pan 2003: País do beisebol vira incentivo do Brasil
Índice