São Paulo, quinta-feira, 03 de agosto de 2006

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Pelo chão, de longe e pelo alto, São Paulo decide Libertadores

Com amplo repertório de jogadas, time ganha fácil do Chivas e espera rival no torneio continental

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Rogério, herói na ida e na volta da semifinal da Libertadores, vibra


DA REPORTAGEM LOCAL

Na base da tabelinha, do chute de longe e do jogo aéreo. O São Paulo está na final da Libertadores pela sexta vez com um repertório de jogadas de envergonhar quem acha que futebol só se ganha na bola parada ou na base da individualidade.
O triunfo de 3 a 0 sobre o Chivas ontem, em um Morumbi lotado, mostrou um time com vários estilos e heróis.
Primeiro, o esforçado Leandro tabelou com Ricardo Oliveira para abrir o placar, ainda na metade inicial do jogo.
Antes de os times irem para o intervalo, Mineiro, desprezado por Carlos Alberto Parreira na Copa da Alemanha, mostrou que não é só um volante marcador ao ampliar o placar em um chute da entrada da área cheio de curva, que foi no ângulo.
Começou o segundo tempo e foi a vez de o São Paulo colocar a cabeça para funcionar. Souza foi à linha do fundo e cruzou para Ricardo Oliveira fazer o terceiro em cabeçada certeira -o atacante ainda negocia com o Betis o prolongamento do seu empréstimo (sem isso ele não deve jogar a decisão).
O Chivas, que na primeira fase havia batido o São Paulo duas vezes, logo perdeu a pose e a cabeça. Teve um jogador expulso (Reynoso) no meio do segundo tempo. E ainda ouviu gritos de "olé" durante boa parte dos 15 minutos finais.
Antes de tudo isso, Rogério, outro que viu a Copa quase inteira do banco, mostrou sua destreza na defesa de pênaltis ao rebater para fora cobrança de Morales, quando o placar do Morumbi ainda não havia sido inaugurado. "Tive a intuição", disse o camisa 1 sobre a defesa.
O arqueiro ainda teve uma chance de marcar numa cobrança de falta, mas falhou e adiou a chance de se isolar como o goleiro mais artilheiro da história do futebol e também como o principal goleador são-paulino em Libertadores.
Jogando assim, o São Paulo igualou sua mais folgada vitória numa semifinal da competição -a outra foi em 1992 (3 a 0 sobre o Barcelona do Equador).
Hoje, o time do Morumbi conhece seu adversário na decisão, que sai do duelo entre Internacional e Libertad. Tanto os gaúchos quanto os paraguaios nunca ganharam o torneio sul-americano, que já coroou o São Paulo três vezes.
Uma quarta taça vai fazer com que o São Paulo, assim como fez no pior momento da seleção brasileira no início da década passada, redimir em parte o país do futebol.
Quando o Brasil amargava mais de 20 anos sem ganhar uma Copa, o São Paulo ganhou a Libertadores duas vezes seguidas. Agora, uma nova chance de bicampeonato.
O São Paulo não perdeu jogadores por cartão para a decisão. Mas o meia Danilo foi substituído com dores no ombro e pode ser a dúvida de Muricy Ramalho, que vai para a sua primeira decisão da prestigiada competição como treinador.
O primeiro jogo da final acontece na próxima quarta-feira. Se o rival são-paulino for o Inter, o jogo acontece no Morumbi. Caso seja o Libertad, o confronto será no Paraguai.
Uma nova final brasileira, como São Paulo x Atlético-PR no ano passado, já garante ao país seu 13º título continental.


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