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Pelo chão, de longe e pelo alto, São Paulo decide Libertadores
Com amplo repertório de jogadas, time ganha fácil do Chivas e espera rival no torneio continental
Antônio Gaudério/Folha Imagem
![](../images/s0308200601.jpg) |
Rogério, herói na ida e na volta da semifinal da Libertadores, vibra |
DA REPORTAGEM LOCAL
Na base da tabelinha, do chute de longe e do jogo aéreo. O
São Paulo está na final da Libertadores pela sexta vez com
um repertório de jogadas de envergonhar quem acha que futebol só se ganha na bola parada
ou na base da individualidade.
O triunfo de 3 a 0 sobre o Chivas ontem, em um Morumbi lotado, mostrou um time com vários estilos e heróis.
Primeiro, o esforçado Leandro tabelou com Ricardo Oliveira para abrir o placar, ainda
na metade inicial do jogo.
Antes de os times irem para o
intervalo, Mineiro, desprezado
por Carlos Alberto Parreira na
Copa da Alemanha, mostrou
que não é só um volante marcador ao ampliar o placar em um
chute da entrada da área cheio
de curva, que foi no ângulo.
Começou o segundo tempo e
foi a vez de o São Paulo colocar
a cabeça para funcionar. Souza
foi à linha do fundo e cruzou
para Ricardo Oliveira fazer o
terceiro em cabeçada certeira
-o atacante ainda negocia com
o Betis o prolongamento do seu
empréstimo (sem isso ele não
deve jogar a decisão).
O Chivas, que na primeira fase havia batido o São Paulo
duas vezes, logo perdeu a pose e
a cabeça. Teve um jogador expulso (Reynoso) no meio do segundo tempo. E ainda ouviu
gritos de "olé" durante boa parte dos 15 minutos finais.
Antes de tudo isso, Rogério,
outro que viu a Copa quase inteira do banco, mostrou sua
destreza na defesa de pênaltis
ao rebater para fora cobrança
de Morales, quando o placar do
Morumbi ainda não havia sido
inaugurado. "Tive a intuição",
disse o camisa 1 sobre a defesa.
O arqueiro ainda teve uma
chance de marcar numa cobrança de falta, mas falhou e
adiou a chance de se isolar como o goleiro mais artilheiro da
história do futebol e também
como o principal goleador são-paulino em Libertadores.
Jogando assim, o São Paulo
igualou sua mais folgada vitória
numa semifinal da competição
-a outra foi em 1992 (3 a 0 sobre o Barcelona do Equador).
Hoje, o time do Morumbi conhece seu adversário na decisão, que sai do duelo entre Internacional e Libertad. Tanto
os gaúchos quanto os paraguaios nunca ganharam o torneio sul-americano, que já coroou o São Paulo três vezes.
Uma quarta taça vai fazer
com que o São Paulo, assim como fez no pior momento da seleção brasileira no início da década passada, redimir em parte
o país do futebol.
Quando o Brasil amargava
mais de 20 anos sem ganhar
uma Copa, o São Paulo ganhou
a Libertadores duas vezes seguidas. Agora, uma nova chance de bicampeonato.
O São Paulo não perdeu jogadores por cartão para a decisão.
Mas o meia Danilo foi substituído com dores no ombro e
pode ser a dúvida de Muricy
Ramalho, que vai para a sua primeira decisão da prestigiada
competição como treinador.
O primeiro jogo da final
acontece na próxima quarta-feira. Se o rival são-paulino for
o Inter, o jogo acontece no Morumbi. Caso seja o Libertad, o
confronto será no Paraguai.
Uma nova final brasileira, como São Paulo x Atlético-PR no
ano passado, já garante ao país
seu 13º título continental.
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