São Paulo, quinta-feira, 03 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marcelinho dá recados e amplia crise corintiana

Meia aponta demora para mudar time e critica colegas com medo de pressão

Ídolo da torcida afirma que líderes da equipe precisam se posicionar diante da mais grave situação que diz ter vivido defendendo o clube


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que o goleiro Silvio Luiz e o meia Ricardinho -ameaçados de perder a titularidade no Corinthians- se recusaram a dar entrevistas, os holofotes se focaram em Marcelinho, que não só concordou em falar como falou grosso.
O meia, cuja contratação foi bancada pelo presidente Alberto Dualib à revelia da MSI, a parceira do clube, afirmou que nunca viveu uma crise tão grave no Corinthians e criticou os atletas que se queixam de pressão. "Quem não quer pressão, que vá trabalhar em banco ou fazer curso de teatro. Estamos jogando mal e temos que assumir a responsabilidade. O time é caro, o clube e o investidor acreditam e pagam em dia", falou o meia, destacando que, em sua trajetória pelo clube, já foi alvo de pressões mais pesadas.
Ele louvou a atitude de Geninho de mexer no time, mas disse que as mudanças demoraram. "Mas isso [a demora] é da personalidade dele", afirmou.
A respeito da queixa do treinador, de que falta um atleta expressar a liderança em campo, Marcelinho foi enfático. "Nosso time tem três jogadores que foram à Copa [Mascherano, Tevez e Ricardinho]. Líder o Corinthians tem, só falta se posicionarem", disse ele, que destacou que não cabe só aos citados exercer a liderança.
Apesar de ter defendido as posturas caladas de Silvio Luiz e de Ricardinho -disse que o goleiro "sempre foi mais comedido e pacato" e que o meia, de quem foi desafeto, "não é de fugir do pau"-, Marcelinho expressou a opinião de que o momento é de "colocar a cara e assumir as responsabilidades".
Ele também voltou a tocar no tema "pressão", para tratar da volta ao Pacaembu, onde o Corinthians recebe o Atlético-PR no sábado. "Não dá para fugir nem jogar em outros Estados. Já era para ter voltado ao Pacaembu bem antes. Quem tiver com medo que fale que não quer ir para o jogo. Se estiver com medo de levar vaia, melhor ficar jogando videogame."
Apesar de não ter citado nomes, as declarações dele podem ser mal recebidas por Tevez e Ricardinho. O primeiro reclamou da torcida após o jogo com o Fortaleza enquanto o meia já confidenciou a amigos estar insatisfeito com a pressão.


Texto Anterior: Williams: Wurz correrá no time no próximo mundial
Próximo Texto: Time volta ao 3-5-2 e muda alas e meia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.