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Marcelinho dá recados e amplia crise corintiana
Meia aponta demora para mudar time e critica colegas com medo de pressão
Ídolo da torcida afirma que líderes da equipe precisam se posicionar diante da mais grave situação que diz ter vivido defendendo o clube
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que o goleiro Silvio
Luiz e o meia Ricardinho
-ameaçados de perder a titularidade no Corinthians- se recusaram a dar entrevistas, os
holofotes se focaram em Marcelinho, que não só concordou
em falar como falou grosso.
O meia, cuja contratação foi
bancada pelo presidente Alberto Dualib à revelia da MSI, a
parceira do clube, afirmou que
nunca viveu uma crise tão grave no Corinthians e criticou os
atletas que se queixam de pressão. "Quem não quer pressão,
que vá trabalhar em banco ou
fazer curso de teatro. Estamos
jogando mal e temos que assumir a responsabilidade. O time
é caro, o clube e o investidor
acreditam e pagam em dia", falou o meia, destacando que, em
sua trajetória pelo clube, já foi
alvo de pressões mais pesadas.
Ele louvou a atitude de Geninho de mexer no time, mas disse que as mudanças demoraram. "Mas isso [a demora] é da
personalidade dele", afirmou.
A respeito da queixa do treinador, de que falta um atleta
expressar a liderança em campo, Marcelinho foi enfático.
"Nosso time tem três jogadores
que foram à Copa [Mascherano, Tevez e Ricardinho]. Líder
o Corinthians tem, só falta se
posicionarem", disse ele, que
destacou que não cabe só aos
citados exercer a liderança.
Apesar de ter defendido as
posturas caladas de Silvio Luiz
e de Ricardinho -disse que o
goleiro "sempre foi mais comedido e pacato" e que o meia, de
quem foi desafeto, "não é de fugir do pau"-, Marcelinho expressou a opinião de que o momento é de "colocar a cara e assumir as responsabilidades".
Ele também voltou a tocar no
tema "pressão", para tratar da
volta ao Pacaembu, onde o Corinthians recebe o Atlético-PR
no sábado. "Não dá para fugir
nem jogar em outros Estados.
Já era para ter voltado ao Pacaembu bem antes. Quem tiver
com medo que fale que não
quer ir para o jogo. Se estiver
com medo de levar vaia, melhor
ficar jogando videogame."
Apesar de não ter citado nomes, as declarações dele podem
ser mal recebidas por Tevez e
Ricardinho. O primeiro reclamou da torcida após o jogo com
o Fortaleza enquanto o meia já
confidenciou a amigos estar insatisfeito com a pressão.
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