DO ENVIADO ESPECIAL A SPA

Na pista em que estreou na F-1, há dez anos, e onde conquistou sua primeira vitória, há nove, Michael Schumacher desbancou Alain Prost e se tornou o maior vencedor da história da categoria.
O triunfo de ontem no GP da Bélgica, 14ª etapa do Mundial, foi o 52º da carreira do alemão, marca nunca alcançada por outro homem na F-1. Em Spa-Francorchamps, Schumacher se firmou como o mais vitorioso piloto de uma relação que tem mitos como Prost (51 vitórias), Ayrton Senna (41) e Juan Manuel Fangio (24).
Foi sua oitava vitória neste ano. Assim, Schumacher está a uma conquista de igualar o recorde de triunfos em um só Mundial -dele mesmo (95 e 2000) e de Nigel Mansell (92)-, faltando três provas, e tem condições de superá-lo.
Esse é o segundo recorde absoluto de Schumacher na F-1. E de longe o mais importante. Além disso, o alemão é o recordista de melhores voltas (44) e está próximo de bater o recorde de pontos (tem 16,5 a menos do que Prost).
O ambiente tenso em Spa-Francorchamps, em virtude do acidente de Luciano Burti, porém, esfriou qualquer comemoração.
"Já disse antes que bater recordes não é minha prioridade, mas admito que esse número é significativo", disse o alemão, em sua única manifestação sobre o fato.
"Estou muito satisfeito, mas vou aproveitar os recordes muito mais no dia em que estiver aposentado, sentado no sofá tomando cerveja e fumando charuto."
E foi mais ou menos isso que Schumacher fez após o GP. Acompanhado do pai, Rolf, e da madrasta, Barbara, acendeu um charuto e, com os pés apoiados em uma cadeira, passou a tarde em uma conversa animada.
Presidente da GPDA, a associação dos pilotos da F-1, o alemão interrompeu seu descanso para buscar informações sobre Burti.
"No grid, Jean [Todt, diretor ferrarista" me disse que ele estava consciente. Então, deu para fazer uma corrida mais tranquila. Agora eu soube que ele sofreu arranhões. Nas circunstâncias, Luciano está em boa forma", disse ele.
Dentre os recordes da F-1, o mais distante é o de pole positions. Hoje, o alemão acumula 41 poles, contra as 65 de Senna.
No atual ritmo, porém, Schumacher deve superar a marca do brasileiro, morto há sete anos.
Neste Mundial, o tetracampeão já conseguiu nove poles. Se mantiver essa média, baterá o recorde de Ayrton Senna em 2004. Quando termina o seu atual contrato com a Ferrari. E quando não existirem mais recordes a serem batidos. (FÁBIO SEIXAS)


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