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FUTEBOL
Teixeira divulga calendário com Brasileiro esticado e volta dos Estaduais
CBF enterra hoje regionais e expõe racha entre cartolas
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A CBF anuncia hoje pela manhã, em um hotel no Rio, o novo
calendário do futebol brasileiro,
que estica o Nacional para oito
meses, acaba com os regionais e
revitaliza os Estaduais.
Mais do que o anúncio de um
novo calendário, a reunião de hoje vai expor a divisão existente hoje no "establishment" do futebol.
De um lado, estão Ricardo Teixeira, a Globo Esportes, as federações e parte do Clube dos 13, os
que apóiam a alteração.
De outro, Eduardo José Farah,
presidente da Liga Rio-SP e da Federação Paulista, os demais presidentes de ligas regionais e grandes
clubes do país, como Corinthians,
São Paulo e todos os times que
disputam a Sul-Minas, com a exceção do Internacional-RS.
O segundo grupo, que defendia
os regionais e a manutenção do
quadrienal, deve provavelmente
boicotar o evento de hoje. O Corinthians já anunciou que não vai.
Farah nem sequer foi convidado.
E os demais clubes ainda estudam
se enviarão dirigentes ao Rio.
Representando um Clube dos
13 mais rachado do que nunca estará Fábio Koff, que preside a entidade há seis anos.
Apesar de ter confirmado presença, o gaúcho afirma que o calendário só será bom se a Globo
Esportes continuar investindo no
futebol o mesmo que gastou em
2003, cerca de R$ 300 milhões. A
emissora carioca, uma das maiores articuladoras do novo calendário, oferece R$ 265 milhões pelos principais torneios da próxima temporada.
"Vou ao Rio representar os clubes, mas quero deixar claro que a
elaboração do calendário é prerrogativa da CBF", afirmou Koff.
A Globo Esportes, outra que fez
força para que o Brasileiro fosse
disputado de abril a dezembro,
também estará no evento, na figura de Marcelo Campos Pinto, diretor-executivo da empresa.
Aos presentes, Ricardo Teixeira
dirá que o novo calendário é um
avanço em relação ao anterior.
"Considero melhor que aquele
porque vai impedir que um clube
fique inativo por meses, o que
aconteceu com Santos e Botafogo-RJ. Além do mais, o Brasileiro
longo é exatamente o que clubes,
imprensa e torcedores sempre defenderam. Esse é um calendário
que, se depender de mim, vai vigorar para sempre", afirmou o
presidente da CBF.
Com o fim dos regionais, antecipado pela Folha em 9 de agosto,
os Estaduais voltarão a ser disputados pelos clubes grandes.
Mesmo insatisfeitos com o tamanho dos torneios, que terão 12
datas, 25 presidentes de federações resolveram apoiar a CBF
quando receberam a informação
de que os regionais seriam extintos. "Não é o ideal, mas já é um
avanço", disse Emídio Perondi,
presidente da Federação Gaúcha.
O novo calendário acabará também com a Copa dos Campeões.
Os representantes do Brasil na
Libertadores, a partir de 2003, serão o campeão da Copa do Brasil e
os três primeiros colocados do
Nacional. Os clubes que chegarem entre quarto e oitavo lugares
no Brasileiro conquistarão o direito de jogar a Copa Pan-Americana, que será disputada sempre
no segundo semestre, com partidas no meio de semana.
Teixeira defende que o Brasileiro seja disputado em turno e returno, pontos corridos, mas a decisão final só deve ser tomada
após reunião do Conselho Técnico, formado pelos clubes da elite.
O presidente da CBF vai ainda
divulgar a decisão de transformar
os Estaduais em classificatórios
para a Copa do Brasil. Com isso,
promete ele, acabarão os convites
ao torneio mata-mata.
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