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São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2003

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TÃO LONGE, TÃO PERTO

Dida, global e calado, e Marcos, caipira e polêmico, têm disputa acirrada pela 1 da seleção

Índole mina semelhanças entre goleiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Para quem só lê a ficha técnica dos dois, Dida e Marcos, que disputam a camisa 1 da seleção brasileira para o início das eliminatórias, são muitos parecidos.
Ambos nasceram em 1973 -o jogador do Milan em outubro, o palmeirense em agosto.
A altura também é praticamente a mesma. Com 1,95 m, Dida é apenas dois centímetros mais alto do que Marcos. Em campo, tanto um quanto outro ganharam fama por defesas em decisivas cobranças de pênaltis.
Tão próximos em muito, os concorrentes à vaga de titular no gol da seleção são separados por um oceano quando se trata de temperamento ou do destino que deram às suas carreiras.
Dida chegou a entrar na Justiça para se desvincular do Cruzeiro e partir para o "sonho europeu". Hoje, virou titular e tem status de astro no Milan.
Já Marcos não fez questão nenhuma de trocar a segunda divisão do Brasileiro pelo Arsenal, potência do futebol inglês, que fez uma proposta de US$ 4 milhões ao Palmeiras pelo goleiro.
Mesmo a contragosto, Marcos chegou a viajar para Londres, mas lá se negou a fazer alguns testes (achou um deles tão patético que apontou o exercício como uma das causas das seguidas falhas do inglês David Seaman, então goleiro do Arsenal). Questões particulares -doença do pai e gravidez da namorada- também seguraram o palmeirense em São Paulo.
Mas é no relacionamento com colegas de equipe, imprensa e torcedores que Dida e Marcos mais diferem. O jogador do Milan quase nunca dá entrevistas. Quando o faz, dá respostas curtas e evita polêmicas.
Nas vésperas das partidas, quando busca concentração total, Dida evita até dar autógrafos.
Marcos, por sua vez, costuma pôr fogo nos assuntos que comenta. Já criticou técnicos, zagueiros do Palmeiras e cartolas.
Dida está em vantagem na disputa pela 1. É o favorito tanto do técnico Carlos Alberto Parreira quanto do coordenador Zagallo.
Além disso, Marcos perdeu pontos ao pedir dispensa, alegando uma bronquite, do time que enfrentou o México em abril. O palmeirense tem, porém, a vantagem de ter sido titular na Copa-02, fato já levado em conta por Parreira. Na única vez em que Marcos e Dida estiveram juntos na seleção em 2003, o primeiro foi o titular -contra Portugal, em março. (PC)


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