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TÃO LONGE, TÃO PERTO
Dida, global e calado, e Marcos, caipira e polêmico, têm disputa acirrada pela 1 da seleção
Índole mina semelhanças entre goleiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Para quem só lê a ficha técnica
dos dois, Dida e Marcos, que disputam a camisa 1 da seleção brasileira para o início das eliminatórias, são muitos parecidos.
Ambos nasceram em 1973 -o
jogador do Milan em outubro, o
palmeirense em agosto.
A altura também é praticamente a mesma. Com 1,95 m,
Dida é apenas dois centímetros
mais alto do que Marcos. Em
campo, tanto um quanto outro
ganharam fama por defesas em
decisivas cobranças de pênaltis.
Tão próximos em muito, os
concorrentes à vaga de titular no
gol da seleção são separados por
um oceano quando se trata de
temperamento ou do destino
que deram às suas carreiras.
Dida chegou a entrar na Justiça para se desvincular do Cruzeiro e partir para o "sonho europeu". Hoje, virou titular e tem
status de astro no Milan.
Já Marcos não fez questão nenhuma de trocar a segunda divisão do Brasileiro pelo Arsenal,
potência do futebol inglês, que
fez uma proposta de US$ 4 milhões ao Palmeiras pelo goleiro.
Mesmo a contragosto, Marcos
chegou a viajar para Londres,
mas lá se negou a fazer alguns
testes (achou um deles tão patético que apontou o exercício como uma das causas das seguidas
falhas do inglês David Seaman,
então goleiro do Arsenal). Questões particulares -doença do
pai e gravidez da namorada-
também seguraram o palmeirense em São Paulo.
Mas é no relacionamento com
colegas de equipe, imprensa e
torcedores que Dida e Marcos
mais diferem. O jogador do Milan quase nunca dá entrevistas.
Quando o faz, dá respostas curtas e evita polêmicas.
Nas vésperas das partidas,
quando busca concentração total, Dida evita até dar autógrafos.
Marcos, por sua vez, costuma
pôr fogo nos assuntos que comenta. Já criticou técnicos, zagueiros do Palmeiras e cartolas.
Dida está em vantagem na disputa pela 1. É o favorito tanto do
técnico Carlos Alberto Parreira
quanto do coordenador Zagallo.
Além disso, Marcos perdeu
pontos ao pedir dispensa, alegando uma bronquite, do time
que enfrentou o México em
abril. O palmeirense tem, porém, a vantagem de ter sido titular na Copa-02, fato já levado em
conta por Parreira. Na única vez
em que Marcos e Dida estiveram
juntos na seleção em 2003, o primeiro foi o titular -contra Portugal, em março.
(PC)
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