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Jade conduz o Brasil a Pequim
Ginasta confirma aposta do técnico, tem melhores notas do time no Mundial e disputa quatro finais
Em 8º na eliminatória, país
garante a equipe completa
na Olimpíada de 2008 e avança à decisão; Daiane
é apenas a 23ª no solo
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua estréia em Mundiais,
a ginasta Jade Barbosa, 16, justificou as apostas do treinador
Oleg Ostapenko, que dizia ser
ela única brasileira capaz de ir
ao pódio, e liderou ontem o país
na conquista da vaga olímpica.
O Brasil somou 232,250 pontos em Stuttgart e terminou em
oitavo lugar -as 12 primeiras
classificavam-se para Pequim-2008. De quebra, avançou à final por equipes, na quarta.
"Foi um resultado fantástico.
Tínhamos dois objetivos. O primeiro era classificar a equipe
para a Olimpíada. E, depois,
manter nossa condição de finalista. E conseguimos", diz Vicélia Florenzano, presidente da
confederação de ginástica.
E grande parte do feito deve-se a Jade e a Ostapenko. Ela,
por ter tirado a nota mais alta
do país em três provas: salto,
trave e paralelas assimétricas.
E ele, por ter promovido mudanças em cima da hora para
evitar a perda de pontos.
"A Jade surpreendeu. Se não
fosse a queda dela no solo, ficaria em terceiro no individual
geral [terminou em sexto], em
seu primeiro Mundial", afirma
Eliane Martins, supervisora de
seleções da CBG.
Segundo ela, além do destaque da ginasta carioca, o técnico ucraniano foi decisivo ao
trocar Khiuani Dias por Daiane
dos Santos nas paralelas.
"Ele sentiu que a Khiuani estava nervosa e ainda iria fazer
solo e trave. Então, optou por
uma nota mais baixa [a de Daiane], para ter Khiuani inteira
nas outras provas, em que foi
bem", explica Eliane.
O resultado foi festejado porque a seleção atuou com três
estreantes em Mundiais (Jade,
Khiuani e Ana Cláudia Silva) e
duas ginastas que se recuperam de contusões (Laís Souza e
Daiane).
Como Oleg afirmara à Folha, Daiane não foi à final do
solo, em que tirou 14,350, só a
23ª maior nota. "Doeu muito",
disse a gaúcha, após a exibição,
em que usou proteção nos pés.
Segundo as brasileiras, a seleção se apresentou melhor ontem do que no Pan (236,725
pontos), apesar das quedas de
Ana Cláudia (trave e paralelas),
Daniele Hypólito (trave) e Jade
(solo). "Houve muito rigor da
arbitragem. Fomos um pouco
prejudicadas", diz Vicélia.
Além do fato de haver só duas
juradas da América (canadense
e porto-riquenha), as atletas
avaliaram que a arbitragem foi
rigorosa anteontem e na primeira parte ontem. E afrouxou
após críticas. "Foi por isso que
França e Grã-Bretanha, que se
exibiram na parte final, tiraram
algumas notas altas e nos superaram", diz Eliane.
Parte disso e erros explicam,
por exemplo, o fiasco de Ucrânia (nona), Austrália (11ª) e, em
especial, Espanha (15ª), que ficou fora da Olimpíada.
A prova de equipe teve domínio dos EUA (245,025 pontos),
seguidos da China (241,175) e
da Romênia (239,875).
Além de quarta, o Brasil verá
Jade atuar na sexta e no fim de
semana, quando disputará a final do individual geral (ficou
em sexto, com 60,525), do salto
(primeiro, com 15,950) e na trave (nono, com 15,600).
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