São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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Jade conduz o Brasil a Pequim

Ginasta confirma aposta do técnico, tem melhores notas do time no Mundial e disputa quatro finais

Em 8º na eliminatória, país garante a equipe completa na Olimpíada de 2008 e avança à decisão; Daiane é apenas a 23ª no solo

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua estréia em Mundiais, a ginasta Jade Barbosa, 16, justificou as apostas do treinador Oleg Ostapenko, que dizia ser ela única brasileira capaz de ir ao pódio, e liderou ontem o país na conquista da vaga olímpica.
O Brasil somou 232,250 pontos em Stuttgart e terminou em oitavo lugar -as 12 primeiras classificavam-se para Pequim-2008. De quebra, avançou à final por equipes, na quarta.
"Foi um resultado fantástico. Tínhamos dois objetivos. O primeiro era classificar a equipe para a Olimpíada. E, depois, manter nossa condição de finalista. E conseguimos", diz Vicélia Florenzano, presidente da confederação de ginástica.
E grande parte do feito deve-se a Jade e a Ostapenko. Ela, por ter tirado a nota mais alta do país em três provas: salto, trave e paralelas assimétricas. E ele, por ter promovido mudanças em cima da hora para evitar a perda de pontos.
"A Jade surpreendeu. Se não fosse a queda dela no solo, ficaria em terceiro no individual geral [terminou em sexto], em seu primeiro Mundial", afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG.
Segundo ela, além do destaque da ginasta carioca, o técnico ucraniano foi decisivo ao trocar Khiuani Dias por Daiane dos Santos nas paralelas.
"Ele sentiu que a Khiuani estava nervosa e ainda iria fazer solo e trave. Então, optou por uma nota mais baixa [a de Daiane], para ter Khiuani inteira nas outras provas, em que foi bem", explica Eliane.
O resultado foi festejado porque a seleção atuou com três estreantes em Mundiais (Jade, Khiuani e Ana Cláudia Silva) e duas ginastas que se recuperam de contusões (Laís Souza e Daiane).
Como Oleg afirmara à Folha, Daiane não foi à final do solo, em que tirou 14,350, só a 23ª maior nota. "Doeu muito", disse a gaúcha, após a exibição, em que usou proteção nos pés.
Segundo as brasileiras, a seleção se apresentou melhor ontem do que no Pan (236,725 pontos), apesar das quedas de Ana Cláudia (trave e paralelas), Daniele Hypólito (trave) e Jade (solo). "Houve muito rigor da arbitragem. Fomos um pouco prejudicadas", diz Vicélia.
Além do fato de haver só duas juradas da América (canadense e porto-riquenha), as atletas avaliaram que a arbitragem foi rigorosa anteontem e na primeira parte ontem. E afrouxou após críticas. "Foi por isso que França e Grã-Bretanha, que se exibiram na parte final, tiraram algumas notas altas e nos superaram", diz Eliane.
Parte disso e erros explicam, por exemplo, o fiasco de Ucrânia (nona), Austrália (11ª) e, em especial, Espanha (15ª), que ficou fora da Olimpíada.
A prova de equipe teve domínio dos EUA (245,025 pontos), seguidos da China (241,175) e da Romênia (239,875).
Além de quarta, o Brasil verá Jade atuar na sexta e no fim de semana, quando disputará a final do individual geral (ficou em sexto, com 60,525), do salto (primeiro, com 15,950) e na trave (nono, com 15,600).


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