São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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queda de status

Segunda linha na Europa vira padrão na seleção

Convocados que jogam nos times mais ricos do continente caem além da metade

Na Copa de 2006, o maior fornecedor era o poderoso Real Madrid, posto ocupado hoje pelo Manchester City, que foi 9º no último Inglês


Antonio Lacerda/Efe
Diego brinca com Elano e Jô durante o primeiro treino da seleção na Granja Comary, ontem, visando os jogos das eliminatórias

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Europa segue como destino principal. Mas os endereços no continente não são tão nobres como há alguns anos.
A seleção brasileira tem hoje o grosso de seus jogadores atuando em clubes europeus que não são do primeiro time.
Não faltam explicações para provar isso com clareza.
Para a Copa de 2006, dos 23 convocados inicialmente por Carlos Alberto Parreira, 19 atuavam em uma das 18 agremiações do G14, a associação, hoje desativada, que reunia a nata dos clubes da Europa.
Na lista de 22 convocados para Dunga para os jogos contra Chile e Bolívia, pelas eliminatórias à Copa de 2010, só seis são do grupo dos ricaços europeus.
No Mundial da Alemanha, o Real Madrid, maior vencedor da Copa dos Campeões, era o clube que mais tinha jogadores na seleção brasileira -eram quatro (Cicinho, Roberto Carlos, Robinho e Ronaldinho).
Hoje, quem mais cede atletas para o Brasil é o Manchester City, que nunca ganhou nada de importante fora da Inglaterra, onde está na fila há mais de 30 anos. São três jogadores chamados por Dunga -Elano, Jô e novamente Robinho.
Dos 23 chamados inicialmente por Parreira (Mineiro depois foi convocado para a vaga do lesionado Edmílson), 19 haviam jogado naquela temporada a Copa dos Campeões, incluindo Ronaldinho, que conduziu o Barcelona ao título.
Dos 22 da lista atual de Dunga, só 8 vão disputar a mais importante competição de clubes do mundo. Agora no Milan, Ronaldinho será um dos 14 que não terá esse gosto -quinto colocado no último Italiano, o clube terá que se contentar com a Copa da Uefa.
No Mundial da Alemanha, o Brasil tinha 13 atletas campeões ou vices de ligas nacionais européias recém-encerradas na ocasião. Número que não passa de sete agora.
Mais clara fica a mudança de status dos jogadores da seleção brasileira quando simplesmente se lista a relação de clubes que forneceram atletas para o time nacional há dois anos e agora. No primeiro caso, apareciam Real Madrid, Milan, Inter de Milão, Bayern de Munique, Arsenal, Barcelona, Juventus e Lyon. No segundo, Manchester City, Wolfsburg, Panathinaikos, Schalke 04 e Valencia.
E performances individuais e coletivas do Brasil ajudam a explicar essa nova realidade.
Em 2005, um ano antes da Copa, seis brasileiros -todos depois convocados para o Mundial da Alemanha- receberam votos na escolha do melhor do mundo pela Fifa.
No ano passado, só três brasileiros foram citados, sendo que Kaká, o primeiro da lista, e Juninho não fazem parte do time que vai enfrentar fora o Chile, no domingo, e a Bolívia, no próximo dia 10, no Engenhão.
Há dois anos, o Brasil era o líder do ranking de seleções da Fifa. Hoje, ocupa apenas o sexto posto, sua pior posição na lista em mais de dez anos.


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