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Cielo reaparece e critica falta de prêmio e cartolas
Nadador reclama mais apoio e diz que agora os dirigentes terão de agüentá-lo
Campeão olímpico vai ao
Troféu José Finkel só para torcer e critica também data e local escolhidos para a competição, no Corinthians
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Troféu José Finkel de natação teve início ontem, no Corinthians, mas o foco das atenções não estava na piscina.
César Cielo, campeão olímpico dos 50 m livre, compareceu à
primeira competição pós-Olimpíada, distribuiu autógrafos e posou para fotos, mas não
quis participar da disputa.
"Vim para dar uma força para
o pessoal, reencontrar os amigos, matar a saudade", disse ele,
que não nada há duas semanas.
"Essa data foi meio infeliz, e o
lugar não é o mais apropriado
para a competição porque pode
chover e atrapalhar", afirmou,
em referência à piscina descoberta do Corinthians.
Bastante assediado pelos fãs,
Cielo diz ter se ressentido um
pouco por sua conquista em
Pequim não ter se revertido em
bônus financeiro, assim como
ocorreu com Maurren Maggi,
ouro no salto em distância.
Somadas as premiações já
prometidas por patrocinadores, Maurren deve receber R$
150 mil. Ainda há a possibilidade de ganhar duas barras de ouro no valor de R$ 80 mil.
"Quando soube quanto a
Maurren ia ganhar, fiquei meio
chateado", disse o nadador. O
único mimo que recebeu até
agora de seu patrocinador foram aparelhos eletrônicos.
O nadador, que foi à etapa do
Rio da Stock Car no domingo,
brincou até com a premiação
de US$ 1 milhão recebida pelo
vencedor. "Poxa, se eu sou pé
quente, podiam ter me dado
uns R$ 5.000. Se na natação for
distribuído prêmio de R$ 50
mil, vai ter gente se matando
dentro da água para conseguir
vencer", afirmou.
Michael Phelps, oito ouros
em Pequim, recebeu ontem seu
cheque de US$ 1 milhão, presente do patrocinador.
Segundo Coaracy Nunes,
presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos), a premiação depende das negociações com
empresas interessadas em patrocinar a entidade.
"Não há previsão para o fim
das negociações, mas, se fecharmos negócio, prometo premiar o Cielo", disse o dirigente.
Cielo queixou-se também da
forma com que foi tratado pela
CBDA no último ciclo olímpico.
"Não associo minha medalha
à CBDA. O Ricardo Moura [supervisor técnico] foi o único
que me apoiou. A CBDA me
ajudou pouco nesse trajeto."
Em 2006, Cielo teve o patrocínio cortado. No ano seguinte,
foi para os EUA e teve problemas com a confederação. Em
julho, os atletas olímpicos foram chamados para encontro
com o presidente Lula. Cielo
não compareceu, pois estava
treinando na Universidade de
Auburn. Segundo ele, o caso
criou um grande mal-estar com
o presidente da CBDA.
O campeão também teve
problemas para levar para a
Olimpíada o seu técnico, o australiano Brett Hawke. "Outros
nadadores ficaram com ciúme.
Ainda bem que consegui a medalha ou teria problemas."
Cielo afirmou que, em alguns
momentos, precisou de ajuda
do pai para pagar o técnico.
Agora, porém, tem apoio dos
Correios. "Eu estou falando isso tudo porque estou de saco
cheio. Eles [dirigentes] vão ter
que me agüentar, porque agora
eu sou campeão olímpico."
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