São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Ex-lanterna, Rio cresce e iguala jogo por 2016

COI critica infraestrutura carioca, mas suaviza problemas como segurança

Cidade tem dossiê mais detalhado que o de Madri, mais aprovação popular que Tóquio e mais garantias financeiras que Chicago

DA REPORTAGEM LOCAL

Lanterna na primeira avaliação da corrida à Olimpíada de 2016, há mais de um ano, o Rio de Janeiro igualou-se ontem aos concorrentes no segundo e definitivo relatório do COI (Comitê Olímpico Internacional).
A entidade escolherá a sede em Copenhague (Dinamarca), em 2 outubro. Também concorrem Chicago (EUA), Madri (Espanha) e Tóquio (Japão).
O relatório do COI manteve críticas à infraestrutura do Rio, mas amenizou o tom do primeiro documento. Na ocasião, a cidade teve a pior nota nos 11 critérios. Agora, a postulação carioca superou rivais em apoio popular, qualidade do dossiê e aval dos governos. "Estamos muito felizes porque o relatório confirmou a aprovação do COI ao nosso projeto e à nossa visão para os Jogos [Olímpicos]", disse o presidente do comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman.
A participação da União, investindo em infraestrutura, é ressaltada -o Rio tem a proposta mais cara (US$ 14 bilhões). Ofereceu mais que rivais, como transportar cavalos.
Foi uma forma de compensar, por exemplo, o número "insuficiente" de quartos de hotéis, o que o COI voltou a apontar. Mas a primeira avaliação nesse quesito fora mais dura.
Ressaltada pelo comitê em 2008, a preocupação com segurança quase some no atual relatório. Agora, o COI diz que a cidade "já vem mostrando resultados positivos" nessa área.
O sistema de transporte "deve ser crítico" pelo trânsito, disse o COI. Mas, antes, as críticas nesse item eram mais amplas.
Esses problemas de infraestrutura serão minimizados pela Copa-2014 no Brasil, admitiu o comitê, que, porém, informou que patrocínios e plano de marketing podem ser prejudicados.
O COI classificou o dossiê do Rio-2016 como de "alta qualidade". O documento de Madri foi criticado: não deixou claro quem financia cada projeto.
O Rio se iguala aos espanhóis ao liderar a aprovação popular: tem índice de 85% na cidade, segundo pesquisa do COI.
É um percentual bem superior a Tóquio, com 56% de apoio. Há preocupação pelo "relativamente baixo nível de apoio público aos Jogos", disse o comitê sobre os japoneses.
O COI ainda criticou o Japão porque algumas das sedes apresentadas como prontas ainda precisam passar por reformas.
Mas, diga-se, as sedes esportivas e a infraestrutura de Madri e de Tóquio seguem elogiadas. Foram as mais bem avaliadas no primeiro relatório. Os japoneses têm US$ 3,7 bilhões em caixa para a Olimpíada.
Esse é o ponto fraco de Chicago. Até agora, o município não assinou as garantias financeiras para cobrir o deficit do comitê organizador -seu prefeito prometia fazê-lo em breve. Ainda houve críticas à proposta de sedes temporárias, o que causaria aumento dos custos do comitê organizador.
O relatório aponta que as quatro cidades estão prontas e não indica uma favorita, o que iguala a disputa no momento.


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