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Brasil repete estratégia contra água "batizada"
CBF tenta evitar polêmica, mas levará centenas de garrafas para a Argentina
Plano foi traçado também nas eliminatórias de 2005 e virou motivo de chacota
em programas humorísticos na televisão do país vizinho
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
A comissão técnica da seleção tenta não polemizar o assunto, mas preparou um plano
para evitar a água "batizada'" no
clássico contra a Argentina, no
sábado à noite, em Rosario.
Os jogadores já foram orientados pelos funcionários da
CBF a ter cuidado com a água
que vão beber na Argentina. A
delegação levará centenas de
garrafas para o país vizinho.
A estratégia é uma tentativa
de evitar em Rosario o que
ocorreu na Copa do Mundo de
1990. Em 2004, Maradona,
atual técnico da Argentina, revelou que o lateral-esquerdo
Branco bebeu uma água ""batizada" no jogo que os brasileiros
foram eliminados pelos argentinos do Mundial da Itália.
O lateral-direito Daniel Alves
foi o primeiro a falar abertamente sobre o assunto, ontem.
""Já estamos preparados para
isso. Além disso, vamos levar a
nossa própria água", disse o lateral do Barcelona, pouco antes
do início do primeiro coletivo
da seleção para o clássico.
Há cinco anos, Maradona
disse, em um programa de televisão, que o técnico Carlos Bilardo havia preparado uma garrafa de água para os brasileiros
em Turim. Depois da revelação
de Maradona, o lateral Branco
confirmou que se sentiu mal
durante o jogo após beber a
água "batizada". O episódio envolvendo os brasileiros virou
chacota na Argentina. O técnico Dunga e o coordenador Jorginho atuaram naquela partida.
""Sabemos de tudo que pode
acontecer lá. Água, só lacrada",
acrescentou Daniel Alves, que
será titular no clássico.
Em 2005, a seleção montou
também um plano para evitar a
água "batizada". A comissão
técnica encomendou centenas
de garrafas de água mineral para a AmBev, patrocinadora oficial da CBF. As garrafas ficariam guardadas com os roupeiros da seleção durante todo o
período em que a equipe estivesse fora do país. O plano foi
revelado pela Folha e, por causa da repercussão, a comissão
técnica desistiu dele.
A atitude da seleção comandada por Carlos Alberto Parreira foi ironizada pelos argentinos. O treinador e jogadores viraram motivo de piada. Comediantes pediam para os atletas
beberem a água argentina.
No final de uma entrevista
coletiva, Parreira submeteu-se
ao constrangimento de beber
água de um galão levado por
um comediante local.
Na manhã de ontem, o supervisor da seleção, Américo
Faria, havia informado que a
seleção não teria nenhum cuidado especial com a água na
Argentina. ""Não queremos polemizar. Vamos aceitar tudo
que eles nos oferecerem", desconversou Faria, que estava na
delegação em 2005.
Participe de bate-papo com Tostão às 17h
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