da Reportagem Local

A Copa Conmebol, que nasceu para ser o segundo maior torneio interclubes da América do Sul, está sofrendo uma debandada. Clubes brasileiros e estrangeiros estão se negando a disputar a competição, que tem início previsto para o próximo dia 13.
Anteontem, a Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou que Rentistas e River Plate, do Uruguai, e Independiente de Medellín, da Colômbia, desistiram oficialmente do torneio.
O time colombiano, já é certo, será substituído pelo quase desconhecido Atlético Huila. Já os clubes uruguaios ainda não têm substitutos definidos.
O Brasil, que tem quatro representantes no torneio, também desprezou a Copa Conmebol antes mesmo de seu início.
O Vitória, por ser campeão da Copa Nordeste, ganhou o direito de disputar o torneio, mas abdicou. Segundo o departamento técnico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), outros clubes nordestinos, como Bahia e Sport, foram convidados a jogar a Copa Conmebol no lugar no Vitória, mas recusaram o convite.
O CSA, de Alagoas, que não chegou nem à final da Copa Nordeste, manifestou o desejo de disputar a Conmebol e acabou sendo inscrito a tempo de jogar.
Outros representantes brasileiros, como Paraná e Vila Nova-GO, jogam a Copa Conmebol na condição de vice-campeões regionais. O Paraná perdeu a final da Copa Sul para o Grêmio, e o Vila Nova perdeu a decisão da Copa Centro-Oeste para o Cruzeiro.
Os dois times vão atuar na Copa Conmebol porque Cruzeiro e Grêmio já estão disputando a Copa Mercosul, torneio sul-americano que oferece quase US$ 4 milhões ao clube campeão.
O representante do Norte é o São Raimundo, de Manaus.
O presidente do Paraná, Dilso Rossi, disse que seu clube só não vai abandonar a Copa Conmebol por razões geográficas.
""Vamos jogar contra um time do Paraguai, que é aqui pertinho. Mas vamos continuar focados no Campeonato Brasileiro. A Copa Conmebol será só uma disputa paralela para nós", disse.
O Paraná estréia na Copa Conmebol no dia 13 de outubro contra o Sol de América. Pela tabela do Brasileiro, o time enfrenta no mesmo dia o Atlético-MG.
""A CBF vai rearranjar o jogo", disse o presidente do Paraná, clube que fez apenas 12 jogos até agora no Campeonato Brasileiro -é um dos times que menos atuou na competição e não joga pelo torneio neste fim-de-semana.
O Paraná, avançando na Copa Conmebol, pode fazer até oito jogos na competição. O time ainda tem que disputar outras nove partidas pelo Brasileiro, torneio em que corre sério risco de rebaixamento -está hoje entre os quatro clubes que seriam rebaixados.

Pouca atração
A Copa Conmebol contará neste ano mais uma vez com 16 equipes, porém poucas têm expressão em seus próprios países.
Estão na disputa, além do Sol de América, do Paraguai, o Internacional Lara, da Venezuela, o Deportes Quindio, da Colômbia, o Deportivo Cuenca, do Equador, o Independiente Petrolero, da Bolívia, e o Deportes Concepción, do Chile, por exemplo. O Peru ainda nem definiu seu representante.
Os times argentinos, tradicionalmente os maiores rivais dos brasileiros, são o Talleres, de Córdoba, e o Rosario Central, cuja maior conquista é a própria Copa Conmebol, em 1995.
Até mesmo os representantes brasileiros no torneio jamais conseguiram um título de expressão nacional jogando na primeira divisão. (RODRIGO BUENO)



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