São Paulo, Domingo, 03 de Outubro de 1999
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GINÁSTICA RÍTMICA
Brasil fica em 20º no Mundial, atrás do Canadá, 13º; ouro no Pan pode dar vaga olímpica
Conjunto usa prestígio para ir a Jogos

da Reportagem Local

O Brasil vai usar de seu prestígio junto à FIG (Federação Internacional de Ginástica) para conseguir vaga para o conjunto de ginástica rítmica desportiva (GRD) nos Jogos Olímpicos de Sydney.
Ouro no Pan de Winnipeg, as brasileiras encerraram ontem sua participação no Mundial de Osaka, no Japão, única seletiva olímpica, com o 20º lugar. Ficaram sete postos atrás do Canadá, mais bem-sucedido entre os americanos e que, a princípio, deveria classificar-se para a Olimpíada.
Entre 32 participantes, o Mundial classificaria os oito primeiros colocados para os Jogos. Para garantir presença de conjuntos de outros continentes que não Europa e Ásia -que dominam a modalidade- a FIG vale-se das vagas continentais -duas, no total.
Brasil e Canadá concorriam a representante das Américas -a outra vaga continental deve caber à Austrália, 25ª, anfitriã dos Jogos, ou à China, que terminou o Mundial em 15º lugar.
""Acredito que o Brasil terá a vaga do continente, não pelo que fizemos aqui, porque falhamos muito, não estivemos bem nos dois dias. Mas porque somos os campeões do continente (referência ao ouro do Pan) e pelo critério de nível técnico", disse Vicélia Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Na condição de presidente da União Pan-Americana, ela fará parte da comissão da FIG que no próximo dia 8 vai referendar ou não a ida do Brasil à Olimpíada. A reunião acontecerá na China, durante o Mundial de ginástica -do qual o Brasil tomará parte.
""Não fomos melhores que o Canadá aqui no Mundial. A nossa vantagem é ser campeão do Pan. A federação terá que ver o nosso índice técnico", disse Florenzano. ""As chances de irmos são de 70%. Só podem nos tirar se houver outra interferência política".
A dirigente disse não ter explicações para a performance do conjunto em Osaka -ano passado, em Sevilha (Espanha), as brasileiras haviam terminado em 13º.
Segundo ela, o time nacional se transformou hoje numa espécie de ""estrelas de treino".
""Todo mundo elogiava o Brasil. As européias paravam para ver as meninas treinarem, diziam que ficaríamos em sexto e, no fim, amarelamos", comentou.
Em se confirmado a terceira participação brasileira nos Jogos -antes, o país esteve presente em Los Angeles-84 e em Barcelona-92-, a dirigente pretende fazer alterações na preparação.
"Claro que não pode haver decisões apressadas, em meio a essa frustração. Tenho que ouvir as meninas, saber o que sentiram, porque até agora não achei a causa", diz Florenzano, que adiantou que vai recorrer a acompanhamento psicológico para o grupo.


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