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VÔLEI
O timão da China
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Hoje já é dia da terceira rodada da Copa do Mundo,
mas quem viu a estréia do Brasil
deve ter ficado com impressão semelhante: a seleção vai ter que
treinar muito para bater as chinesas em outra oportunidade. Sábado, a China venceu as brasileiras
por 3 a 1 e mostrou que é grande
candidata ao ouro em Atenas.
A China, atual campeã do
Grand Prix, junta as duas maiores qualidades das equipes asiáticas, defesa poderosa e velocidade,
com a força física, algo raro nos
times orientais. Tem uma levantadora habilidosa e duas grandes
atacantes: a gigante Ruirui Zhao,
de 1,96 m, e a ponteira Hao Yang.
A central Zhao é um paredão
no bloqueio e uma atacante difícil de ser marcada. Yang impressiona pela força do ataque. A levantadora Kun Feng distribui
bem as bolas e faz um jogo bem
veloz. O melhor para a China é
que as três são bem jovens: Zhao
tem 21 anos, Yang, 23, e Feng, 24.
No Brasil, o que mais chamou a
atenção até agora foi o primeiro
set que fez contra as chinesas. Foi
perfeito. O time só cometeu três
erros e deu um show na defesa.
Mas a partir do set seguinte,
quando a China marcou melhor
as jogadas brasileiras, começaram os erros -e veio a derrota.
Tanto contra a China como na
vitória de ontem sobre a Turquia,
faltou à seleção brasileira um saque mais eficiente. Não por acaso,
as turcas, com um time alto liderado pela atacante Neslihan, chegaram a assustar. Venceram o
primeiro set e quase voltaram a
surpreender no terceiro.
O certo é que o Brasil tem um time com muitas jogadas e habilidade, mas fisicamente está em
desvantagem em relação a muitas seleções. Nossa equipe é baixa
para os padrões atuais, e não temos ponteiras com a mesma força
física de outros países. A Turquia,
por exemplo, tem ponteiras com
mais de 1,90 m.
Isso significa que o Brasil é muito dependente de um bom passe
na mão da levantadora para
atuar com velocidade. Quando
temos que jogar com as bolas altas na ponta, vira um problema.
E foi o que aconteceu na derrota
para a China. Mas a luta continua, e a seleção ainda tem muitas
batalhas pela frente até o dia 15.
Já a seleção masculina treina
nesta semana na Itália com o time completo. A equipe viajou
com um jogador a mais. Sábado,
o técnico Bernardinho anuncia o
último corte. Um dos centrais será
dispensado. Gustavo e Rodrigão
são nomes certos. A disputa será
entre André Heller e Henrique.
A Copa do Mundo representa
um desafio extra para Bernardinho: será o período mais curto de
treinamento que o time já teve
para um torneio tão importante.
Sem contar as horas de vôo da
Itália ao Japão, serão 12 dias de
treinos. Os jogadores que atuam
na Itália só foram dispensados de
seus clubes ontem.
Mas esse problema não é exclusivo do Brasil. A Itália também só
começa a treinar nesta semana.
Ou seja, quase todas as seleções
estão no mesmo barco. E, para começar a entrar em ritmo de jogo e
de Copa, o Brasil fará amistoso
contra a Itália, sábado, em Milão.
Italiano 1
O Macerata, do atacante Nalbert, é o líder do Italiano, com sete vitórias e duas derrotas. Na rodada do fim de semana, o time venceu o
Gioia de Colle por 3 sets a 0. O Trentino, de Bernardi, e o Piacenza, do
técnico Júlio Velasco, também têm a mesma pontuação do Macerata,
mas estão em desvantagem na média dos sets ganhos e perdidos.
Italiano 2
Já o Montichiari, do levantador Maurício e do atacante Joel, venceu o
Latina, do central Gustavo, por 3 sets a 1. Maurício foi eleito o melhor
jogador da partida. O Montichiari está em oitavo lugar, e o Latina,
em 11º. O Cuneo, de Giba, tropeçou por 3 sets a 0 diante do Trentino e
ocupa agora a sétima colocação. Por causa da Copa do Mundo, a próxima rodada do torneio será só no dia 7 de dezembro.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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