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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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VÔLEI

O timão da China

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Hoje já é dia da terceira rodada da Copa do Mundo, mas quem viu a estréia do Brasil deve ter ficado com impressão semelhante: a seleção vai ter que treinar muito para bater as chinesas em outra oportunidade. Sábado, a China venceu as brasileiras por 3 a 1 e mostrou que é grande candidata ao ouro em Atenas.
A China, atual campeã do Grand Prix, junta as duas maiores qualidades das equipes asiáticas, defesa poderosa e velocidade, com a força física, algo raro nos times orientais. Tem uma levantadora habilidosa e duas grandes atacantes: a gigante Ruirui Zhao, de 1,96 m, e a ponteira Hao Yang.
A central Zhao é um paredão no bloqueio e uma atacante difícil de ser marcada. Yang impressiona pela força do ataque. A levantadora Kun Feng distribui bem as bolas e faz um jogo bem veloz. O melhor para a China é que as três são bem jovens: Zhao tem 21 anos, Yang, 23, e Feng, 24.
No Brasil, o que mais chamou a atenção até agora foi o primeiro set que fez contra as chinesas. Foi perfeito. O time só cometeu três erros e deu um show na defesa. Mas a partir do set seguinte, quando a China marcou melhor as jogadas brasileiras, começaram os erros -e veio a derrota.
Tanto contra a China como na vitória de ontem sobre a Turquia, faltou à seleção brasileira um saque mais eficiente. Não por acaso, as turcas, com um time alto liderado pela atacante Neslihan, chegaram a assustar. Venceram o primeiro set e quase voltaram a surpreender no terceiro.
O certo é que o Brasil tem um time com muitas jogadas e habilidade, mas fisicamente está em desvantagem em relação a muitas seleções. Nossa equipe é baixa para os padrões atuais, e não temos ponteiras com a mesma força física de outros países. A Turquia, por exemplo, tem ponteiras com mais de 1,90 m.
Isso significa que o Brasil é muito dependente de um bom passe na mão da levantadora para atuar com velocidade. Quando temos que jogar com as bolas altas na ponta, vira um problema. E foi o que aconteceu na derrota para a China. Mas a luta continua, e a seleção ainda tem muitas batalhas pela frente até o dia 15.

Já a seleção masculina treina nesta semana na Itália com o time completo. A equipe viajou com um jogador a mais. Sábado, o técnico Bernardinho anuncia o último corte. Um dos centrais será dispensado. Gustavo e Rodrigão são nomes certos. A disputa será entre André Heller e Henrique.
A Copa do Mundo representa um desafio extra para Bernardinho: será o período mais curto de treinamento que o time já teve para um torneio tão importante. Sem contar as horas de vôo da Itália ao Japão, serão 12 dias de treinos. Os jogadores que atuam na Itália só foram dispensados de seus clubes ontem.
Mas esse problema não é exclusivo do Brasil. A Itália também só começa a treinar nesta semana. Ou seja, quase todas as seleções estão no mesmo barco. E, para começar a entrar em ritmo de jogo e de Copa, o Brasil fará amistoso contra a Itália, sábado, em Milão.

Italiano 1
O Macerata, do atacante Nalbert, é o líder do Italiano, com sete vitórias e duas derrotas. Na rodada do fim de semana, o time venceu o Gioia de Colle por 3 sets a 0. O Trentino, de Bernardi, e o Piacenza, do técnico Júlio Velasco, também têm a mesma pontuação do Macerata, mas estão em desvantagem na média dos sets ganhos e perdidos.

Italiano 2
Já o Montichiari, do levantador Maurício e do atacante Joel, venceu o Latina, do central Gustavo, por 3 sets a 1. Maurício foi eleito o melhor jogador da partida. O Montichiari está em oitavo lugar, e o Latina, em 11º. O Cuneo, de Giba, tropeçou por 3 sets a 0 diante do Trentino e ocupa agora a sétima colocação. Por causa da Copa do Mundo, a próxima rodada do torneio será só no dia 7 de dezembro.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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