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FUTEBOL
Preto no branco
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Foi um ótimo (e nervoso)
clássico alvinegro, em que o
Corinthians lutou de igual para
igual no primeiro tempo, mas
acabou sucumbindo à superioridade santista.
A bem da verdade, na primeira
etapa o Corinthians foi até melhor e criou mais chances agudas
de gol. Os santistas entraram em
campo dando a impressão de que
já se julgavam vencedores, dispersando-se em jogadas de efeito sem consequência. Em bom português: de salto alto.
Os corintianos estavam mais focados no jogo, e foi com toda a
justiça que abriram o placar (um
lindo gol de Fabrício). Mas o gol
teve o efeito de acordar o Santos.
Não foi por acaso que o empate
santista veio dos pés de Robinho.
Ele já havia tentado duas vezes,
quase da mesma posição. Na primeira, chutou fraco, e Doni agarrou. Na segunda, obrigou o goleirão a espalmar para escanteio.
Na terceira, colocou com classe e
precisão na última gaveta.
Foi o quinto gol de Robinho em
três partidas. O "segredo" dessa
eficiência, conforme mostrou
uma reportagem de ontem deste
caderno, é muito treino. O garoto
reconheceu que a finalização era
um de seus pontos fracos e resolveu aperfeiçoar o fundamento.
Um craque se faz assim, com a soma de talento e trabalho.
Voltando ao clássico de ontem
na Vila Belmiro: no segundo tempo só deu Santos. Depois de descer do salto alto e passar a se aplicar
no jogo, os pupilos de Leão tomaram conta do meio-campo, tirando partido do déficit dos corintianos Rogério e Robert no quesito mobilidade e de Fabinho e Fabrício no quesito técnica.
Técnica e mobilidade são duas
coisas que não faltam ao quarteto
santista Renato-Paulo Almeida-Diego-Elano. Somem-se a eles os
azougues Léo e Robinho e obtém-se um time mortal, no qual só destoa o medíocre Fabiano.
Seja como for, contra o Santos o
Corinthians foi, pelo menos no
primeiro tempo, o time grande
que não vinha sendo em outros
jogos. Jogou com muita disposição. Chegou talvez ao seu limite,
valorizando muito a vitória rival.
São Paulo 1 x 0 Coritiba foi um
jogo sem muito brilho, entre duas
equipes de nível semelhante. Mesmo quando Ricardinho joga (o
que não foi o caso ontem), o time
tricolor só tem hoje dois jogadores
que "desequilibram": Rogério Ceni e Luis Fabiano. Entre o goleiro
e o artilheiro, existe um time bom,
competitivo, mas comum.
E o Goiás continua causando
sensação. Ontem, realizou a proeza de virar para 4 a 3 uma partida que estava 3 a 0 para o Vitória,
em pleno Barradão. Com esse pique, não será surpresa se o ex-lanterna chegar à Taça Libertadores da América-2004.
O Figueirense celebrou em grande estilo o fim do apagão em Florianópolis. Aplicou uma das
maiores goleadas do Nacional no
Paysandu, coitado, que tem apanhado dentro e fora de campo.
Rumo à Série B?
A situação do Grêmio, que era
dramática, ficou trágica com a
derrota em casa diante do Paraná, anteontem. O tricolor gaúcho mostrou desatenção na defesa e perdeu gols incríveis no
primeiro tempo. No segundo,
caiu no desespero e na impotência. Entre os seis jogos que
lhe restam, três são fora de casa.
E contra ninguém menos que
Cruzeiro, Santos e Criciúma. O
abismo está próximo.
Rumo à Série A?
A primeira rodada do quadrangular final da Segundona mostrou o equilíbrio da competição. Ninguém tem lugar garantido na Série A, mas o Palmeiras tem indiscutivelmente o
melhor time e um forte candidato a craque: o esperto e habilidoso atacante Vágner.
E-mail: jgcouto@uol.com.br
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