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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Preto no branco

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Foi um ótimo (e nervoso) clássico alvinegro, em que o Corinthians lutou de igual para igual no primeiro tempo, mas acabou sucumbindo à superioridade santista.
A bem da verdade, na primeira etapa o Corinthians foi até melhor e criou mais chances agudas de gol. Os santistas entraram em campo dando a impressão de que já se julgavam vencedores, dispersando-se em jogadas de efeito sem consequência. Em bom português: de salto alto.
Os corintianos estavam mais focados no jogo, e foi com toda a justiça que abriram o placar (um lindo gol de Fabrício). Mas o gol teve o efeito de acordar o Santos.
Não foi por acaso que o empate santista veio dos pés de Robinho. Ele já havia tentado duas vezes, quase da mesma posição. Na primeira, chutou fraco, e Doni agarrou. Na segunda, obrigou o goleirão a espalmar para escanteio. Na terceira, colocou com classe e precisão na última gaveta.
Foi o quinto gol de Robinho em três partidas. O "segredo" dessa eficiência, conforme mostrou uma reportagem de ontem deste caderno, é muito treino. O garoto reconheceu que a finalização era um de seus pontos fracos e resolveu aperfeiçoar o fundamento. Um craque se faz assim, com a soma de talento e trabalho.
Voltando ao clássico de ontem na Vila Belmiro: no segundo tempo só deu Santos. Depois de descer do salto alto e passar a se aplicar no jogo, os pupilos de Leão tomaram conta do meio-campo, tirando partido do déficit dos corintianos Rogério e Robert no quesito mobilidade e de Fabinho e Fabrício no quesito técnica.
Técnica e mobilidade são duas coisas que não faltam ao quarteto santista Renato-Paulo Almeida-Diego-Elano. Somem-se a eles os azougues Léo e Robinho e obtém-se um time mortal, no qual só destoa o medíocre Fabiano.
Seja como for, contra o Santos o Corinthians foi, pelo menos no primeiro tempo, o time grande que não vinha sendo em outros jogos. Jogou com muita disposição. Chegou talvez ao seu limite, valorizando muito a vitória rival.

São Paulo 1 x 0 Coritiba foi um jogo sem muito brilho, entre duas equipes de nível semelhante. Mesmo quando Ricardinho joga (o que não foi o caso ontem), o time tricolor só tem hoje dois jogadores que "desequilibram": Rogério Ceni e Luis Fabiano. Entre o goleiro e o artilheiro, existe um time bom, competitivo, mas comum.

E o Goiás continua causando sensação. Ontem, realizou a proeza de virar para 4 a 3 uma partida que estava 3 a 0 para o Vitória, em pleno Barradão. Com esse pique, não será surpresa se o ex-lanterna chegar à Taça Libertadores da América-2004.

O Figueirense celebrou em grande estilo o fim do apagão em Florianópolis. Aplicou uma das maiores goleadas do Nacional no Paysandu, coitado, que tem apanhado dentro e fora de campo.

Rumo à Série B?
A situação do Grêmio, que era dramática, ficou trágica com a derrota em casa diante do Paraná, anteontem. O tricolor gaúcho mostrou desatenção na defesa e perdeu gols incríveis no primeiro tempo. No segundo, caiu no desespero e na impotência. Entre os seis jogos que lhe restam, três são fora de casa. E contra ninguém menos que Cruzeiro, Santos e Criciúma. O abismo está próximo.

Rumo à Série A?
A primeira rodada do quadrangular final da Segundona mostrou o equilíbrio da competição. Ninguém tem lugar garantido na Série A, mas o Palmeiras tem indiscutivelmente o melhor time e um forte candidato a craque: o esperto e habilidoso atacante Vágner.

E-mail: jgcouto@uol.com.br


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