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Palmeiras mira Palaia e acerta Vilar
Treinador perde o emprego após derrota para o Goiás; decisão enfraquece ainda mais o diretor de futebol palmeirense
Jair Picerni, comandante do acesso à elite em 2003, é
o escolhido para evitar o descenso para a Série B e assina contrato por um ano
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A política interna no Palmeiras mais uma vez se aproveitou
da fase ruim da equipe dentro
de campo para agir.
Marcelo Vilar, que antes tinha o apoio de toda a cúpula do
clube para ser o técnico da
equipe principal, perdeu parte
dele e, conseqüentemente, o
cargo, que a partir de hoje passa
a ser de um velho conhecido no
Parque Antarctica: Jair Picerni.
Depois da derrota para o
Goiás, anteontem, o vice-presidente José Cyrillo Júnior e o
diretor administrativo Roberto
Frizzo pediram a cabeça de Vilar ao presidente Affonso della
Monica. Do lado do agora ex-técnico ficou o que é o grupo
mais fraco das forças que decidem sobre os futuros do time, o
diretor de futebol Salvador Hugo Palaia e seu gerente, Ilton
José da Costa.
Ao pender sua decisão para o
lado de Cyrillo, o presidente
palmeirense enfraqueceu ainda mais Palaia, que desde o episódio do cala-boca a Tite, que
caiu e deu lugar a Vilar, tem sofrido grandes pressões para
deixar o cargo. A saída de Vilar,
que depois de vários tropeços
vinha sendo bancado pelo diretor de futebol, é mais um tiro no
já chamuscado dirigente, que
em um eventual novo mandato
de Della Monica não ficará no
departamento de futebol.
Vilar é o segundo técnico demitido mesmo com o apoio de
Palaia. Emerson Leão, em abril,
também contava com o aval do
diretor e era criticado por Cyrillo, que ganhou também aquela
queda-de-braço.
A decisão de demitir Vilar foi
motivada pelo temor, cada vez
mais crescente no Parque Antarctica, de ver o time mais uma
vez na Série B do Brasileiro.
Cartolas palmeirenses, de
acordo com suas próprias definições, resolveram que era a
hora de "criar um fato novo".
A estratégia foi baseada pela
experiência de 2002.
O exemplo foi a manutenção
de Levir Culpi na edição do Nacional que terminou com o Palmeiras rebaixado, mesmo
quando o time não rendia nas
mãos do técnico. A avaliação
que se faz no clube é que, se a
fórmula de manter o treinador
até o fim fosse repetida, a chance de o desfecho ser o mesmo
desta vez era grande.
E, para espantar o fantasma
do descenso, o Palmeiras foi
atrás do comandante do acesso.
Jair Picerni foi o escolhido de
uma lista que ainda tinha os nomes de Estevam Soares (que
treinou o clube em 2004) e Gallo. O treinador que tirou o time
da segunda divisão em 2003
acertou um contrato de um ano
e será oficialmente apresentado hoje pelo clube. A intenção
dos palmeirenses era finalizar o
assunto ontem, mas Picerni teve dificuldades para viajar de
Brasília, onde estava treinando
o Brasiliense, para São Paulo.
O novo treinador, no entanto, já começa o trabalho logo
após sua apresentação. Ele conduz os treinos de hoje à tarde e
o de amanhã. No domingo, já
estará no banco de reservas do
jogo contra o Paraná.
Junto com Picerni, volta para
o Palmeiras o seu auxiliar técnico, Fred Smânia, que assume
o lugar que era de Cleber Xavier
desde os tempos de Tite -Xavier agora comandará o Palmeiras B e as categorias de base, função que fora de Marcelo
Vilar, que deixa o clube, ao contrário do que ocorrera na vez
anterior que ele dirigiu o time.
A preparação física continuará a cargo de Fábio Mahseredjian e Anselmo Sbraglia.
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