São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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Palmeiras mira Palaia e acerta Vilar

Treinador perde o emprego após derrota para o Goiás; decisão enfraquece ainda mais o diretor de futebol palmeirense

Jair Picerni, comandante do acesso à elite em 2003, é o escolhido para evitar o descenso para a Série B e assina contrato por um ano


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A política interna no Palmeiras mais uma vez se aproveitou da fase ruim da equipe dentro de campo para agir.
Marcelo Vilar, que antes tinha o apoio de toda a cúpula do clube para ser o técnico da equipe principal, perdeu parte dele e, conseqüentemente, o cargo, que a partir de hoje passa a ser de um velho conhecido no Parque Antarctica: Jair Picerni.
Depois da derrota para o Goiás, anteontem, o vice-presidente José Cyrillo Júnior e o diretor administrativo Roberto Frizzo pediram a cabeça de Vilar ao presidente Affonso della Monica. Do lado do agora ex-técnico ficou o que é o grupo mais fraco das forças que decidem sobre os futuros do time, o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia e seu gerente, Ilton José da Costa.
Ao pender sua decisão para o lado de Cyrillo, o presidente palmeirense enfraqueceu ainda mais Palaia, que desde o episódio do cala-boca a Tite, que caiu e deu lugar a Vilar, tem sofrido grandes pressões para deixar o cargo. A saída de Vilar, que depois de vários tropeços vinha sendo bancado pelo diretor de futebol, é mais um tiro no já chamuscado dirigente, que em um eventual novo mandato de Della Monica não ficará no departamento de futebol.
Vilar é o segundo técnico demitido mesmo com o apoio de Palaia. Emerson Leão, em abril, também contava com o aval do diretor e era criticado por Cyrillo, que ganhou também aquela queda-de-braço.
A decisão de demitir Vilar foi motivada pelo temor, cada vez mais crescente no Parque Antarctica, de ver o time mais uma vez na Série B do Brasileiro.
Cartolas palmeirenses, de acordo com suas próprias definições, resolveram que era a hora de "criar um fato novo".
A estratégia foi baseada pela experiência de 2002.
O exemplo foi a manutenção de Levir Culpi na edição do Nacional que terminou com o Palmeiras rebaixado, mesmo quando o time não rendia nas mãos do técnico. A avaliação que se faz no clube é que, se a fórmula de manter o treinador até o fim fosse repetida, a chance de o desfecho ser o mesmo desta vez era grande.
E, para espantar o fantasma do descenso, o Palmeiras foi atrás do comandante do acesso.
Jair Picerni foi o escolhido de uma lista que ainda tinha os nomes de Estevam Soares (que treinou o clube em 2004) e Gallo. O treinador que tirou o time da segunda divisão em 2003 acertou um contrato de um ano e será oficialmente apresentado hoje pelo clube. A intenção dos palmeirenses era finalizar o assunto ontem, mas Picerni teve dificuldades para viajar de Brasília, onde estava treinando o Brasiliense, para São Paulo.
O novo treinador, no entanto, já começa o trabalho logo após sua apresentação. Ele conduz os treinos de hoje à tarde e o de amanhã. No domingo, já estará no banco de reservas do jogo contra o Paraná.
Junto com Picerni, volta para o Palmeiras o seu auxiliar técnico, Fred Smânia, que assume o lugar que era de Cleber Xavier desde os tempos de Tite -Xavier agora comandará o Palmeiras B e as categorias de base, função que fora de Marcelo Vilar, que deixa o clube, ao contrário do que ocorrera na vez anterior que ele dirigiu o time.
A preparação física continuará a cargo de Fábio Mahseredjian e Anselmo Sbraglia.


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