São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

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JUCA KFOURI

Só acaba quando termina


Abelardo Barbosa, o Velho Guerreiro Chacrinha, balançaria a pança com o domingo esportivo no Brasil

O MELHOR do domingo, que não me ouçam os milhões que se frustraram com o que houve, ficou mesmo para os últimos segundos.
De Lewis Hamilton, da McLaren, a Rafael Moura, do Furacão, passando por Léo Lima, do Palmeiras, o que era sólido se desmanchou em Interlagos e nos gramados da Arena da Baixada e da Vila Belmiro.
Felipe Massa foi o mais breve (rápido?) campeão mundial da F-1, o rubro-negro paranaense está passando algum tempo fora da zona do rebaixamento, e o Palmeiras curtiu um pouco a liderança, tudo pelo que aconteceu quando parecia que nada mais aconteceria.
Verdade que o Palmeiras, ao menos, mereceu a vitória em Santos.
Porque, se fez um gol relâmpago no primeiro tempo com Kléber e passou a ser dominado pelo Santos, ao tomar um gol igualmente relâmpago no segundo, soube se organizar e buscar, nos acréscimos, o resultado de que precisava.
Resultado justo também para o estreante goleiro alviverde Bruno, que fechara o gol até marcar contra sua própria rede e que poderia acordar hoje com um gostinho amargo na boca tivesse sua infelicidade decretado um empate que seria desastroso, mais ou menos como deve estar se sentindo o piloto Felipe Massa, apesar do belo desempenho no GP Brasil.
Porque o esporte é assim mesmo, razão pela qual desperta tanta paixão, tanta emoção, tanta decepção.
Perder um título mundial por um ponto, na última curva, é dessas coisas que doem num esportista (muito embora este colunista não considere o automobilismo exatamente um esporte) excelente como Massa na mesma proporção que alegram um medíocre como Rafael Moura.
Se o Chacrinha, o Velho Guerreiro, balançava feliz a pança ao anunciar que o seu programa só acabava quando terminava, imagine a alegria dele com os desfechos das competições pelo país afora e com o suspense deste Brasileirão, que, de tão imprevisível, só falta não acabar quando terminar.
Eu disse imprevisível?
Foi só para contentar o Tostão...
Porque esta coluna mantém cada vez mais convicta sua aposta no São Paulo e só concede ao Palmeiras a possibilidade de frustrar de novo o nosso Felipe Massa.
São Paulo que levou uns bons sustos com o misto do Inter de Alex, Marcão e Guiñazú, mas que, num Morumbi, enfim, com bastante gente, soube se impor para assumir a liderança isolada do campeonato, porque o Grêmio insiste em cair, o Cruzeiro é ainda imaturo e o Flamengo fez do Maracanã seu calcanhar-de-aquiles, ao contrário do que se supunha. Se o gol de Borges foi discutível, o de Dagoberto foi um golaço, com o de Hugo.
Já o Grêmio empatou com um gol imoral no Olímpico, alegados mais de seis segundos do goleiro do Figueirense, algo jamais marcado e, pior, no caso, inventados.

Decepção
José Antonio Dias Toffoli, advogado-geral da União, foi contra a medida provisória da Timemania, o que lhe valeu a simpatia da coluna. Mas, ao se manifestar pela anistia aos torturadores, jogou fora o que poderia ser uma biografia.

blogdojuca@uol.com.br


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