São-paulinos e gremistas utilizam os mesmos esquema, com três zagueiros, pontos fortes e soluções para deficiências

Apostando em volantes versáteis e com meias nas alas, adversários pelo título nacional são os que marcam mais forte na competição

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Cara de um, focinho de outro. Pelo menos dentro de campo, São Paulo e Grêmio, os últimos candidatos ao título do Brasileiro deste ano, são assim.
Separados por milhões no orçamento e nos gastos, os dois clubes têm esquemas táticos idênticos, pontos fortes parecidos e até deficiências similares.
São Paulo e Grêmio conseguem até um empate na liderança de um fundamento do Datafolha, caso único em todos os rankings do instituto.
Cada um dos postulantes ao título nacional ostenta média de 123,9 desarmes por duelo, número que ajuda a fazer do Grêmio a melhor defesa do torneio (0,95 gol sofrido por jogo) e o São Paulo a segunda (0,97).
O são-paulino Muricy Ramalho e o gremista Celso Roth montam suas equipes com o mesmo esquema: 3-5-2.
Para balancearem a força defensiva com as idas ao ataque, contam com duplas de volantes jovens que marcam e também têm aptidão para atacar.
Do lado gremista, Rafael Carioca, segundo o Datafolha, é o melhor passador do time, com precisão de 86%. Willian Magrão, entre os titulares, só tem média de finalizações (1,3 por jogo) menor do que a dos atacantes da equipe gaúcha.
No São Paulo, Jean, que, suspenso, desfalca o time do Morumbi no domingo contra o Goiás, é o rei dos passes, com precisão de 88%. Com liberdade para atacar, Hernanes já marcou quatro gols neste Campeonato Brasileiro.
Nas alas, os dois candidatos ao título têm problemas e soluções praticamente idênticos.
No time sulista, Celso Roth não conseguiu fixar um titular em nenhum dos dois lados do campo. Assim, improvisa o meia Souza de forma alternada tanto na esquerda quanto na direita. E assim ele tem a segunda maior média de assistências da equipe.
A diretoria do São Paulo contratou três laterais-direitos só nesta temporada. Nenhum deles agradou, tanto que Muricy teve até que improvisar Zé Luís no setor. No lado esquerdo, o veterano Júnior já não tem o mesmo fôlego, e Jorge Wagner, que jogou a maior parte da carreira como meia, segue intocável na posição. De lá, transformou-se no campeão de assistências de todo o Brasileiro.
Os dois times ainda se assemelham por terem um só meia de criação (Hugo no São Paulo e Tcheco no Grêmio).
A forma como os dois times balançam as redes também se assemelha. O São Paulo marcou 29% de seus gols em lances de bola parada. No caso do Grêmio, esse número fica em 32%.


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