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GINÁSTICA
Parcerias impulsionam projeto da CBG para o Pan e o Pré-Olímpico
Pela primeira vez, país terá sua
seleção masculina fixa
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez em sua história, a ginástica brasileira terá uma
seleção masculina permanente.
De acordo com projeto da CBG
(Confederação Brasileira de Ginástica), a equipe será formada
por oito atletas e terá sua sede em
Brasília, onde a entidade conta
com algumas parcerias para para
hospedar os atletas e prestar-lhes
assistência durante os treinos.
Com um investimento de R$
150 mil -verba referente à Lei Piva-, a confederação espera convocar os ginastas e iniciar os treinos até o final deste mês, tendo
em vista o Pan-Americano (agosto) e o Mundial (que será classificatório para Atenas-2004).
"Faltam apenas alguns detalhes,
mas já temos toda a estrutura
montada e parcerias importantes
firmadas aqui", diz Marco Martins, 46, vice-presidente da CBG e
supervisor da seleção masculina.
As parcerias com a UnB (Universidade de Brasília) e o governo
do Distrito Federal, segundo o dirigente, puseram à disposição dos
ginastas da seleção dois apartamentos na Asa Norte de Brasília e
um ginásio de 800 m2, além de nutricionista, médico e psicólogo.
"A UnB, por meio do Cenesp
[Centro Nacional de Excelência
do Esporte", deu-nos quase tudo.
E o governo nos cedeu o local para os treinos", afirma Martins.
Se, por um lado, a parceria mais
sólida está ligada à educação, por
outro, porém, o maior entrave para consolidar a seleção também
está relacionado ao ensino.
"Precisamos conseguir escola
para os atletas. Entre os que serão
convocados, seis estão cursando
faculdade. Os outros dois estão no
ensino médio. Não podemos fazê-los interromper os estudos
nem comprometer o treino."
Segundo Martins, por não ser
privada, a UnB não pode ceder
vagas aos ginastas, a não ser que
eles a obtenham por meio de vestibular. "Imagine que, para um
torneio na Europa, a CBG gaste
US$ 1.000 só com a passagem de
um atleta. Com oito e o treinador,
seriam US$ 9.000. Fora hospedagem e comida. Com o dinheiro
que temos hoje, fica difícil, não dá
para pagar a faculdade."
Além da falta de verbas, o dirigente espera ainda a autorização
do Ministério do Trabalho para o
técnico ucraniano Vyacheslav
Azimov voltar ao país -em 2002,
ele ajudou a treinar os atletas da
seleção- e comandar o time
masculino. "Com a troca de ministério, creio que a liberação vá
sair apenas no final do mês."
O projeto da CBG de criar uma
seleção masculina permanente
ganha força depois da maior conquista do Brasil entre os homens.
No Mundial por aparelhos de
Debrecen (HUN), em novembro,
Diego Hypólito, irmão de Daniele, tornou-se o primeiro brasileiro
a se classificar para uma final
masculina do torneio. Em seu primeiro Mundial, Diego, 16, terminou em quinto no solo, mesma
colocação da irmã famosa.
Além da final no solo, Diego
chegou às semifinais (entre os 16
melhores) no salto, ao lado de outro brasileiro, Gustavo Lobo.
Até então, o melhor brasileiro
em um Mundial havia sido Cristiano Albino, 21º no salto em 1996.
Agora, a CBG aguarda a verba
da beca olímpica para viabilizar
os salários dos atletas e as despesas com viagens e técnico. "Seriam seis becas de US$ 500 por
mês vindas do COI."
Mesmo atrás de parceiros para
viabilizar a seleção, a CBG já festeja dois fatos importantes. Um deles é a chegada do material comprado pelo governo -ele será dividido entre Rio e Brasília. "Estamos aguardando. De acordo com
a última notícia, o material sairia
dos EUA no dia 28", diz Vicélia
Florenzano, presidente da CBG.
A entidade festeja ainda a escolha de Agnelo Queiroz (PC do B-DF) para o Ministério do Esporte.
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