São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No 1º dia, time encara estrutura ruim

DO ENVIADO A CONCEPCIÓN

A seleção sub-23 conheceu ontem seu primeiro local de treinamento e não gostou do que viu: está utilizando as instalações do clube Huachipato, que estão em péssimas condições no momento.
""A gente sabia mais ou menos o que ia encontrar. Mas não podemos reclamar se não tem água quente, se as condições não são as que costumamos ter. Isso é Pré-Olímpico. Sempre foi assim, no Equador, na Bolívia...", declarou o técnico Ricardo Gomes.
Os jogadores tiveram que fazer seu primeiro treino em um campo diminuto. É apenas o campo 4 de um local que mostra gramados com grama alta, campos esburacados e que passam por reforma.
""O senhor Guilherme Ribeiro [administrador da delegação brasileira] conheceu o local em outubro e viu como era", disse Felipe Cerecera, chefe de relações públicas do Huachipato, clube que fica na cidade de Talcahuano, próxima de Concepción, sede do grupo do Brasil na primeira fase.
""Tem tábua no vestiário, não temos privacidade", foram algumas das reclamações de Ribeiro no primeiro treinamento do sábado.
Ele elogiou, porém, as outras instalações do clube chileno, que joga na primeira divisão e que já foi até campeão do país, em 1974.
""Há uma boa estrutura para recuperarmos os atletas após os jogos. Vamos aproveitar isso."
Cerca de 30 garotos assistiram, pela manhã, ao primeiro treino brasileiro em solo chileno. A atividade também foi acompanhada pelo técnico do Huachipato, Carlos Pedemonte. ""Eu ficaria com qualquer um dos atletas da seleção brasileira sub-23 para meu time principal", disse o treinador.
""O campo é muito duro. Fica difícil", reclamou o zagueiro Alex, que ainda se recupera de tendinite nos dois joelhos. ""O campo é de futebol soçaite", disse Robinho.
O administrador da seleção ainda tentou apressar as reformas no gramado do estádio do Huachipato, que comporta 10 mil pessoas, para o treino da tarde. Sem sucesso. Os jogadores tiveram de treinar de novo no campo 4.
Além dos problemas estruturais, o Huachipato estampa em suas instalações publicidade da Adidas, principal concorrente da Nike. Além da Adidas, o clube tem uma parceria com a Pepsi, que comercializa produtos no estádio do time -a seleção é patrocinada pela Nike e garota-propaganda do Guaraná Antarctica.
Funcionários do Huachipato se esforçavam para amenizar o desconforto da seleção, mas a ordem no clube é para não permitir treinos no melhor campo antes que ele esteja em condições. Também não seriam retirados os nomes da Adidas e da Pepsi dos arredores.
""Não estamos recebendo nada por ceder nossas instalações para a seleção brasileira. Para a imagem do clube, é bom receber o Brasil. Os campos estavam melhores. É que não há atividades aqui há três semanas. Na quarta-feira, os jogadores de nosso clube voltam a treinar", disse Cerecera.
O hotel em que a seleção está hospedada em Concepción também não agradou a muitos membros da delegação. A seleção chilena, anfitriã do Pré-Olímpico, ficará na mesma cidade, mas instalada em um hotel melhor.
""Estamos atrás de um título inédito, que é a medalha de ouro [olímpica]. Não sou muito de falar com os jogadores no vestiário, mas lembrei a eles que, se queremos o título, temos que enfrentar todas as condições desfavoráveis", afirmou Ricardo Gomes.
O Brasil irá reconhecer o gramado do estádio de Concepción, local dos jogos, só na terça-feira. O time estréia contra a Venezuela no dia seguinte e, depois, pegará Paraguai, Uruguai e Chile. (RBU)


Texto Anterior: Seleção sub-23 é sub-21
Próximo Texto: Zagueiro do Cruzeiro ganha faixa de capitão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.