São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Corinthians vira plebeu onde era rei

Time, que pega Guaratinguetá, tem aproveitamento inferior até ao do São Caetano desde sua última taça no Paulista

Em crise financeira, clube diz que futebol é "cíclico" e tem esperança de retomar trajetória vitoriosa com a chegada de novo investidor

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS

DA REPORTAGEM LOCAL

O gigante está encolhido. Faz três anos, diga-se. Maior vencedor do Campeonato Paulista em todos os tempos, o Corinthians, que hoje enfrenta o novato Guaratinguetá, fora de casa, às 16h, não consegue nem fazer sombra ao São Caetano.
Desde sua última conquista no Estadual, a 25ª, em 2003, o clube do Parque São Jorge segue por uma amarga descida que o distancia de seus principais rivais no certame e, baseado em seu percentual, o transforma em um time comum.
Para uma equipe que venceu o Paulista ano sim, ano não entre 1995 e 2003, a fila atual parece uma eternidade. No período, os corintianos fizeram 52 jogos e perderam 17 vezes.
Número que assusta se for considerado que a equipe alvinegra demorou, antes de sua última taça, seis anos para sofrer esse mesmo número de derrotas (1998-2003).
Nesse cenário desalentador, o clube passou até pela humilhação, em 2004, de ser salvo do rebaixamento no Estadual por outro grande, o São Paulo.
Hoje, o time, sétimo colocado, com nove pontos, pode até ficar fora dos dez primeiros em caso de derrota -vem de duas seguidas dentro do Pacaembu.
"Estamos trabalhando dentro da nossa realidade. O Corinthians passa por um momento muito difícil. Perdemos 15 jogadores nos últimos meses e confiamos na experiência do nosso treinador", afirma o diretor de futebol Edvar Simões.
Somados os três últimos Estaduais, o Corinthians (55%) tem aproveitamento de pontos inferior até ao do São Caetano, campeão em 2004, com 62%.
O São Paulo, que ergueu taça em 2005, é o mais regular nessa fase, com 78% de eficiência. O Santos, atual detentor do título, vem logo a seguir, com 73%.
Até o Palmeiras, que não ganha o Paulista desde 1996, tem mais regularidade do que os corintianos nas últimas três edições, com 58% dos pontos.
"A bonança dos outros clubes diz respeito a eles. O futebol é cíclico", rebate Edvar Simões.
De acordo com ele, a esperança de dias melhores está nas mãos de Renato Duprat, homem forte do futebol corintiano, que tenta atrair investimentos para o clube alvinegro.
Apenas no papel, o Corinthians ainda tem a parceria com a MSI, que injetou mais de R$ 150 milhões no futebol. "Esperamos que a [nova] parceria se solidifique. Dessa forma, situações melhores virão. De outra forma, não sei o que vai acontecer. É uma pergunta que não cabe a mim responder", concluiu o diretor de futebol.
Hoje a situação é dramática. Em crise financeira, o Corinthians tem dificuldades para honrar seus compromissos.
Tem recorrido à federação paulista para pagar salários, como os R$ 500 mil de Leão, empréstimos, R$ 600 mil de Jean, e ainda R$ 700 mil para Nilmar, que tem mais uma parte a receber. Outro que aguarda o pagamento de seu empréstimo é o volante Magrão, que pode ser o próximo a ir embora.

NA TV - Guaratinguetá x Corinthians
Globo (para São Paulo) e Band, ao vivo, às 16h


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