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Maiores no Pan, EUA temem Pequim
Norte-americanos vão mandar delegação de 650 a 700 atletas para competição no Rio, mas estrelas devem ficar de fora
Com menos dinheiro do que seus adversários, Comitê Olímpico dos EUA prevê que Jogos de 2008 serão os mais difíceis para alcançar o topo
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No Pan do Rio-2007, os EUA
terão sua maior equipe em
competições esportivas e devem manter sua supremacia
mesmo sem seus principais
atletas. Na Olimpíada de Pequim-2008, um time menor
enfrentará o desafio de se manter na primeira colocação dos
Jogos, apesar de ter menos recursos do que os rivais.
A análise é do Comitê Olímpico dos EUA (Usoc). É um dos
motivos que levam a entidade a
usar o Pan como preparação
para Pequim, com exceção de
algumas modalidades que são
classificatórias.
No total, haverá entre 650 e
700 atletas norte-americanos
no Rio. Ou seja, o país vai rivalizar com a delegação brasileira,
que deve contar com 697 membros, segundo informou o Comitê Olímpico Brasileiro.
Ainda não há uma definição
dos atletas sobre a equipe dos
EUA, mas já é certo que astros
como o nadador Michael
Phelps estarão de fora. Na natação, virá o time B, pois a prioridade é o Mundial na Austrália.
"Se tem um Campeonato
Mundial, eles podem não querer participar. É a escolha dos
atletas", explicou o diretor de
performance esportiva do
Usoc, Steve Roush. "Da equipe
do Pan, vários conseguem ir para a equipe olímpica."
O cartola admitiu que os Jogos do Rio servirão como preparação em algumas modalidades. Mas lembrou que os americanos são "muito competitivos na maioria dos esportes".
No Pan de Santo Domingo
(República Dominicana), em
2003, os EUA foram os mais
vencedores com larga vantagem: 117 medalhas de ouro,
contra 72 dos cubanos.
A mesma tranqüilidade não é
vista na análise dos americanos
em relação à Olimpíada na China. O aumento do número de
rivais e o seu fortalecimento financeiro são as maiores preocupações dos EUA.
"Estamos sendo ultrapassados por cinco a sete países em
investimento para programas
olímpicos", contou Roush.
Hoje, o Usoc conta com US$
125 milhões (R$ 263,7 milhões)
por ano. O valor é inferior, por
exemplo, aos US$ 294,8 milhões (R$ 620 milhões) por
ano, em média, que os britânicos investirão nos próximos
seis anos. Também está longe
dos patamares chineses.
Aliás, os donos da casa são a
maior preocupação americana
em Pequim. Em Atenas-2004,
os chineses já se aproximaram
dos EUA. Somaram 32 medalhas de ouro, contra 35 norte-americanas. Ficaram a uma
distância maior no número total de medalhas, 103 a 92.
Mas a diferença caiu em relação a Sydney-2000, quando os
EUA tiveram vantagem de oito
medalhas de ouro para o segundo colocado, a Rússia. Então, a
China foi terceira, com 28.
Só que, agora, os chineses fazem triagem com 20 mil atletas, com forte investimento estatal. Pela mesma razão, o dinheiro governamental, os EUA
temem Alemanha, Japão, Coréia do Sul, Rússia e Austrália.
Todos, diz o Usoc, contam com
mais dinheiro que seu país.
Sem dinheiro estatal, o comitê olímpico norte-americano
até iniciou uma campanha de
doações entre os cidadãos. "As
doações públicas são importantes, mas são a menor parte
de nossos fundos", informou a
assessoria do Usoc.
A estimativa é que sejam arrecadados US$ 50 milhões (R$
105 milhões) com a campanha,
que tem metas por Estados. O
grosso do dinheiro vem de patrocínio e direitos de TV.
Mas a principal estratégia é
aplicar de forma "inteligente" o
dinheiro, disse Roush. Primeiro, o comitê prioriza alguns esportes. Depois, exige de cada
confederação plano detalhado,
de quatro ou seis anos, para
aplicar recursos. Antecipar-se é
a regra, tanto que o Usoc já visitou Londres, sede dos Jogos-2012 -e já planeja 2016.
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