São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008

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JUCA KFOURI

Zero, zero, zero. E zero


O Carnaval e o calor não fizeram nada bem para os três grandes paulistanos no fim de semana que passou

HÁ ZEROS e zeros.
O 0 a 0 de Campinas foi diferente do 0 a 0 do Morumbi. Como o zero do Palmeiras, em Bauru, foi ainda pior que o do Corinthians, incomparavelmente pior do que o do São Paulo.
Empatar com a Ponte Preta, fora de casa, no atual momento do Campeonato Paulista, ainda mais no calor que fez no sábado à tarde, não chega a preocupar, mesmo que a Macaca tenha merecido vencer.
Seja como for, o tricolor permanece como único invicto e no pelotão da frente. Preocupante, e talvez ainda seja cedo até para tanto, tem sido o desempenho de Fábio Santos, lento e limitado, capaz de prejudicar o jogo de Hernanes.
Mas já não é prematuro dizer que o corintiano tem bons motivos para se preocupar, depois do terceiro 0 a 0 seguido e do desfile de centroavantes improdutivos de Finazzi a Lima, passando por Acosta e Herrera, ainda mais que o uruguaio tem sido mal posicionado. Acosta se deu bem no Náutico jogando dentro da área, aparecendo em momentos decisivos e desaparecendo em boa parte de todos os jogos, especialista em fazer gols refinados, porque é dono de boa técnica e poder de conclusão.
Parece que Mano Menezes não sabe bem que tipo de artilheiro é este que o Corinthians contratou e o risco de queimá-lo com a torcida já é grande, como começou a transparecer no medíocre empate com o Mirassol, numa tarde de pouca mira e muito sol.
Menos mal que, no Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo sabe tudo.
Sabe, por exemplo, ver na pífia atuação de seu caro time na derrota para o Noroeste, sinais de que a coisa engrenou. Que bom!
Mesmo que exija de Makelele o que ele não pode dar e tire Lenny, descansado e na busca permanente do gol, para suprir a expulsão de Granja, quando muito mais correto seria tirar Martinez ou mesmo Diego Souza, mais experiente (como o professor Luxemburgo da Silva explicou), mas, também, visivelmente desgastado no calor de Bauru.
Com boa vontade, creditemos tudo isso ao começo de temporada desigual, com os pequenos mais bem preparados fisicamente e os grandes com outros projetos na cabeça, para zerar a pedra quando as finais chegarem.

O último zero
Tostão, com o brilho habitual, descreveu bem o que é a burrice do bairrismo. Cabe, agora, neste pé de coluna, repisar na cegueira da paixão irracional. E cínica. Corintianos juram que este colunista não é corintiano, tão chocantes são as críticas que faz à nova direção alvinegra -como se esta não tivesse sido cúmplice da MSI.
Palmeirenses atribuem ao corintianismo do colunista as críticas à pouca transparência da nova direção alviverde, incapaz de inovar no modelo de gestão e repetidora de velhos vícios com velhos parceiros que, aqui, sempre foram criticados, mesmo quando próximos do Parque São Jorge.
E os são-paulinos, novos adeptos das prorrogações de mandatos em nome do Morumbi-2014, queixam-se de serem postos na vala comum, pois se julgam melhor do que os outros, maquiavélicos fins que justificariam os meios. Mentira!

blogdojuca@uol.com.br


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