São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2009 |
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TÊNIS O suíço e o latino
RÉGIS ANDAKU COLUNISTA DA FOLHA RAFAEL NADAL era um garoto forte, destemido, talentoso, raçudo, diziam. Só havia um problema: jogava na mesma época que Roger Federer, que muitos apontavam como o melhor de todos os tempos. "Azarado", assim o descreviam. Ninguém foi por tanto tempo número dois como Nadal. Só Federer, soberano, à frente. Mas havia algo que quase ninguém sabia. Obcecado, humilde, Nadal treinava com um objetivo: ter jogo para bater em Federer, em qualquer piso, lugar, a qualquer hora, dia. Nadal começou pelo difícil: melhorar pontos fracos. Um saque pobre para quem ousava desafiar Federer. Segundo, uma movimentação constante, mas não sempre eficiente. Terceiro, um backhand que machucava a maioria, não os melhores. Por dois anos, preocupou-se em treinar e jogar, treinar e jogar. Mostrou evolução rara na história do tênis. Evolução que nem todos perceberam, tamanha a atenção dada ao "perfeito" Federer. Resultado da obsessão, eis que o garoto passou a figurar também nas vitórias do suíço no piso mais incomum para um espanhol bom de saibro: a grama. Nadal batia palmas, vice, enquanto o suíço fazia história. E, finalmente, depois de melhorar o "fraco", firmou o que tinha de mais forte: o foco, o físico e o fôlego. Juntou tudo em Wimbledon-08, equilibrou um jogo de alto nível e, como que executasse uma fórmula matemática, tirou título certo de Federer. No último duelo, no domingo, os componentes da fórmula de Nadal estiveram lá: saque ajeitado, backhand que agora machuca, movimentação eficiente. Foco, força e fôlego. E, como dois mais dois são quatro, venceu, no quinto set, porque antes é que seria fora do planejado. Federer, o saxão elegante, desabou. Nadal, o "touro" latino, manteve o foco. Quando o suíço soluçou, o espanhol lhe ofereceu o ombro. Hoje, é Nadal quem joga com a precisão de relógio suíço. E é Federer quem "viaja" como jovem tenista em início de carreira. Nadal faz seu jogo trabalhado, milimetricamente planejado. E Federer, quem diria?, tem azar de jogar na época de Nadal. ESCLARECIMENTO Sampras ou Agassi? Graf ou Sabatini? Navratilova ou Evert? Moyá ou Corretja? Edberg ou Becker? O titular desta coluna sempre teve, no fundo, favorito. Hoje, torce até as semis. Se Federer e Nadal chegam à final, como se diz, "tantufas". PSC Meligeni será pai. Aliás, uma das melhores coberturas do Aberto da Austrália foi a do www.blogdofininho.blog.uol.com.br. ELAS Serena Williams festejou o título em boate de Melbourne. "As pessoas estavam me considerando carta fora do baralho", destilou. reandaku@uol.com.br Texto Anterior: Paulista: Guaratinguetá tem novo treinador Próximo Texto: O que ver na TV Índice |
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